Os produtores de soja de Mato Grosso estão se preparando para iniciar o cultivo da safra 2023/24, que poderá começar em 16 de setembro, conforme o calendário permitido. No entanto, eles enfrentam desafios como a tendência de baixa nos valores futuros da oleaginosa e os altos gastos com a produção.
Segundo o último relatório de Oferta & Demanda do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a safra 2023/24 deve ocupar cerca de 12,12 milhões de hectares e produzir cerca de 43,782 milhões de toneladas de soja, com uma média de rendimento de 59,70 sacas por hectare
Até julho, cerca de 21,11% da produção esperada já tinha sido vendida antecipadamente no estado. Porém, esse percentual está abaixo dos 25,51% observados no ciclo 2022/23, assim como da média histórica de 32,15% dos últimos cinco anos.
O relatório do Imea aponta que as dúvidas sobre os investimentos para a próxima temporada estão ligadas à expectativa de queda nos preços futuros da soja e aos custos elevados. Essa combinação, junto com a demora na comercialização da soja, tem levado ao atraso na compra de insumos pelos produtores.
Mato Grosso terá semeadura até dezembro
O período para o cultivo da soja na safra 2023/24 em Mato Grosso vai desde 16 de setembro até 24 de dezembro. Essas datas foram definidas na Portaria nº 840, emitida em 11 de julho pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que estabelece os calendários de plantio da oleaginosa. No entanto, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) manifestou preocupação, considerando essa medida favorável apenas aos grandes produtores e empresas de sementes.
O presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, declarou em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso que a Portaria nº 840 do Mapa foi recebida com surpresa pela entidade. Ele também citou que estudos mostram que é possível realizar o plantio da soja até fevereiro no estado, o que beneficiaria os pequenos produtores ao permitir que eles guardem suas próprias sementes.