Os movimentos estudantis são organizações formadas por alunos e alunas em prol de mudanças e melhorias dentro das instituições de ensino. Em meio a tantos ataques, sejam diretos ou indiretos que as universidades sofrem, os estudantes se mobilizam em busca de avanços.
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi local de muitos atos e manifestações organizadas pelos movimentos estudantis. Vinicius Brasilino, um dos representantes da atual gestão do Diretório Central Acadêmico (DCE) e estudante do curso de Saúde Coletiva, é engajado em agremiações há anos e já participou de várias das mobilizações ocorridas na universidade.
Ele destaca as manifestações de 2016, em que os estudantes tinham como reivindicações a não aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que estabelecia um teto para os gastos públicos por 20 anos e contra a reforma do ensino médio. Os estudantes iniciaram um movimento de ocupação das escolas e universidades de todo país denunciando os impactos negativos que seriam causados com a proposta e em Cuiabá os estudantes também aderiram ao ato.
Conforme relatado por Vinicius, os blocos ocupados na UFMT foram o Instituto de Ciências Sociais e Humanas (ICHS), Instituto de Educação (IE), Instituto de Linguagens (IL) e a Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (FAET).
“No mesmo período também fomos para Brasília participar das manifestações que estavam acontecendo por lá. Já participei de vários atos e aquele foi o mais violento que estive presente, foi cena de terror”, contou ao GD.
Após retorno a Cuiabá, os estudantes continuaram com o movimento de ocupação da universidade até a votação da PEC que congelava o orçamento por 20 anos.
“Na história recente da UFMT não se tem conquista e luta para que a universidade continue funcionando sem a participação e a mobilização dos estudantes”, relata.
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Outro ato organizado pelo movimento estudantil destacado por Vinicius Brasilino foi às manifestações de 2017, contra o aumento das refeições do Restaurante Universitário (R.U.) anunciadas naquele ano pela reitoria. A medida causou revolta nos estudantes, que se mobilizaram para reverter a situação. Nestas manifestações, Vinicius conta que não participou ativamente, mas acompanhou de fora a luta dos colegas.
O ativista destaca que desde 2016 acontece redução no orçamento destinado às universidades. O ato mais recente foi realizado no início desta semana contra os cortes anunciados pelo Governo Federal, que seriam destinados para a educação. Após o anúncio, os estudantes comovidos com a situação que já é precária, se organizaram para tentar impedir os cortes.
O ato nacional foi convocado pelas entidades da educação e dos movimentos estudantis e teve por base denunciar todos os ataques do atual governo à educação, em especial os sucessivos cortes no orçamento das universidades e institutos federais.
Recentemente, antes da mobilização nacional, estudantes da Comunicação Social da UFMT também realizaram paralisação interna no curso, reivindicando mais professores e infraestrutura mínima. Os estudantes têm poucos docentes para cobrir a grade curricular, incluindo projetos de extensão. Além disso, os cursos de Cinema e Audiovisual, Jornalismo e Publicidade e Propaganda não são contemplados com novos equipamentos de qualidade e suficiente para os alunos, como câmeras, gravadores, microfones etc., e nem com laboratório de informática próprio para melhor desempenho nas atividades práticas.
“Grandes nomes da atual política de Mato Grosso como Mauro Mendes, Lúdio Cabral dentre outros, foram de movimentos estudantis durante a passagem pela universidade”, completou Vinicius Brasilino.
Fonte: gazetadigital.com.br