Atualmente estão paradas em Mato Grosso 2.320 obras que custam aos cobres públicos R$ 4,7 bilhões. Destas, 1.147 estão sem andamento há mais de 90 dias. Os dados são do Radar de Controle Público, do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Segundo o levantamento desses R$ 4,7 bilhões do custo dessas obras, já foram pagos R$ 2,6 bilhões. Essas obras são tanto dos municípios quanto do governo do Estado.
Em 2021 foram registradas pelo TCE 13.124 obras, das quais 96 ainda não começaram e apenas 546 não foram paralisadas em nenhum momento. Há também um saldo positivo, com 9.757 obras públicas concluídas este ano.
Entre os motivos pelas quais o serviço não está andando estão rescisão de contrato e fim do período para a qual a empresa foi contratada.
Uma das obras que se estende há anos é a reforma da Escola Estadual Professor Nilo Póvoas, em Nobres (146 km a médio-norte de Cuiabá). Por lá, a restauração do prédio, que é uma parceria com a Seduc paga pela prefeitura do município.
O processo para a reforma começou em 2008 e, mesmo com o prazo de 180 dias para o término, a obra se arrasta até hoje. O valor inicial a ser pago era de R$ 349,9 mil, mas a construção já teve aumento de R$ 128,7 mil no preço a ser quitado.
Outra obra parada é a do Posto de Saúde da Família (PSF) Jardim das Palmeiras, em Campo Novo do Parecis (396 km a noroeste), que se desenrola desde 2010. Os 180 dias para execução vem se arrastando há 11 anos, com paralisações sem motivo explicado e também por rescisão do contrato com a empresa. A construção tem valor de R$ 362,3 mil, dos quais R$ 223,6 mil já foram quitados.
TCE
Paralisada por rescisão contratual, a construção do miniestádio de futebol em Nova Bandeirantes (1.028 km ao norte) se arrasta desde 2010. O projeto prevê campo, vestiário e arquibancada, com custo inicial de R$ 256,9 mil e prazo para conclusão de 120 dias. No entanto, desde maio de 2015 não houve mais nenhum andamento.
Outra obra que completou aniversário é a unidade escolar infantil do bairro Jardim Primavera, em Cotriguaçu (950 km a noroeste). O valor inicial era de R$ 1,3 milhão, dos quais R$ 480,3 mil já foram quitados. Mesmo sendo uma obra importante para o município, desde 2013 ela está parada.
TCE
Na lista do TCE estão também obras que mal começaram, mas já tiveram os trabalhos interrompidos. É o caso da reforma da prefeitura de Porto Alegre do Norte (1.125 km a nordeste). O serviço começou em julho, pouco andou e, além de parada, já ganhou um aditivo no preço. Inicialmente eram R$ 458,7 mil, mas em novembro o valor passou para R$ 669,4 mil.
Em Itanhangá (150 km ao norte) a drenagem e asfaltamento da avenida Mato Grosso começou em agosto, porém em outubro o contrato foi rescindido pela empresa, deixando a obra de R$ 1,1 milhão parada. O que era para ser um trabalho de 120 dias ainda não tem previsão para terminar.
Outro lado
As prefeituras citadas na reportagem foram procuradas, mas não retornaram os contatos.
Fonte: gazetadigital.com