O juiz Luiz Augusto Iamassaki Florentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), suspendeu o leilão de uma pousada no Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães ( a 65 km de Cuiabá), que foi confiscado na Operação Status, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2020.
Conforme as investigações, o Paraíso do Manso Resort era usado para lavar dinheiro de um esquema de tráfico internacional de cocaína entre o Brasil e o Paraguai. O empresário Tairone Conde Costa, que seria dono do resort, e a mulher dele, chegaram a ser presos em Cuiabá na ocasião.
A suspensão ocorreu após o Incra e o Intermat informar que o empreendimento foi construído em área pertencente à União – gleba federal Marzagão II -, o que inviabiliza a alienação judicial do bem.
O Ministério Público Federal (MPF), por sua vez, informou que a Secretaria de Patrimônio da União aventou a possibilidade de incorporação do imóvel construído sobre a área federal, o que seria atribuição do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
O magistrado, então, oficiou o Ministério para que esclareça, em um prazo de 30 dias, se tem interesse em incorporar o imóvel ao patrimônio público, “até para evitar que a área continue a ser indevidamente explorada por algum dos investigados ou por terceiros”.
“Outrossim, oficie-se à Senad para que exclua do correlato procedimento de alienação antecipada o imóvel denominado Paraíso do Manso Resort, à vista dos motivos aqui expostos”, determinou o magistrado.
A operação
A operação cumpriu, no total, oito mandados de prisão preventiva, 42 de busca e apreensão e sequestro de mais de R$ 230 milhões em bens.
Segundo a Polícia Federal, o esquema seria chefiado pela família Morinigo, de Campo Grande (MS), tendo como líder Emídio Morinigo Ximenes e os filhos Jefferson Garcia Morinigo e Kleber Garcia Morinigo. A família já é investigada em outra operação como suspeita de fornecer cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ainda de acordo com a PF, o empresário Tairone Conde Costa seria laranja do clã Morinigo, o que a família nega. O resort, conforme as investigações, seria usado como “fachada” para a lavagem de dinheiro e lazer dos líderes do grupo.
Na época, o delegado da PF Lucas Vilela afirmou que pousada nunca serviu como hotelaria e hospedagem para turistas. Seu uso era exclusivamente para o lazer dos alvos da operação.
“Era onde eles costumavam passar férias e ter momentos de lazer. Era uma casa de campo. Em 2017 inclusive, foi realizada uma festa de aniversário do líder da organização, que contou com a contratação de uma dupla sertaneja famosa”, explicou o delegado.
Fonte: odocumento.com.br