Dados preliminares de 2022 mostram que o Brasil diagnosticou 14.962 casos novos de hanseníase, sendo 645 (4,3%) em menores de 15 anos.
Dentre as unidades da Federação, Mato Grosso ficou em segundo com maior número de casos novos na população geral, com 1.778 diagnósticos, ficando atrás somente do Maranhão, com 1.860 casos.
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No entanto, o número é menor que em, 2021, quando foram realizados 2.096 novos registros da doença no Estado.
Contudo, Mato Grosso foi a unidade da Federação da região Centro-Oeste com maior registro de diagnóstico no ano passado.
Em Goiás, foram realizadas 704 novas detecções do agravo; no Mato Grosso do Sul foram 191 e, no Distrito Federal, 111 novos casos.
É o que mostra “Boletim Epidemiológico de Hanseníase”, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
O levantamento tem como base dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Entre outros dados, mostra ainda que, em menores de 15 anos, o Estado também ocupou a segunda posição em número de novos casos (79).
Em primeiro, novamente, aparece o Maranhão, com 148 casos e, na terceira colocação, Pernambuco (67).
Já em 2021, Mato Grosso foi o Estado que apresentou a maior taxa de detecção geral de hanseníase, com 58,76 casos novos por 100 mil habitantes.
Em Cuiabá, a taxa registrada foi de 22,45 casos por 100 mil pessoas.
Para avançar, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem realizado ações educativas de conscientização sobre a hanseníase junto à população.
Segundo a SMS, são iniciativas voltadas para detectar casos novos, que incluem também exames de contato em hanseníase e busca ativa dos contatos intradomiciliares. As iniciativas fazem parte da campanha “Janeiro Roxo”.
Elas culminarão com o Dia Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase a ser comemorado no último domingo deste mês.
Em média, segundo a SMS, 300 novos diagnosticados são realizados por ano na cidade. No entanto, com a pandemia da covid-19 os diagnósticos ficaram prejudicados.
“As unidades básicas de saúde (UBS) estão intensificando as orientações e prestando esclarecimento neste mês, mas o serviço é ofertado durante o ano todo, gratuitamente, em todas as unidades. As demandas diagnosticadas recebem acompanhamento e tratamento”, disse a responsável técnica do Programa de Hanseníase da SMS, Dárlen da Silva Souza.
Ainda, conforme o levantamento do MS, nos últimos cinco anos (2017 a 2021), foram diagnosticados 119.698 casos novos de hanseníase no país.
Desse total, 66.613 casos novos ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55,7% do total.
Essa predominância, segundo o documento, foi observada na maioria das faixas etárias e anos da avaliação, com maior frequência nos indivíduos entre 50 a 59 anos, totalizando 23.192 casos novos.
Em Mato Grosso, foram 17.169 entre 2017 a 2021. Destes, a maioria (9.464 ou 55,1%) em pessoas que se consideram pardas; 5.620 (32,7%) entre brancos, e 1.642 (9,6%) em pretos.
No período, o número de casos em curso de tratamento era 2.717 pessoas residentes no estado até o fim do ano de 2021.
Vale ressaltar que a hanseníase é causada por infecção com a bactéria Mycobacterium leprae.
Ela afeta principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos.
Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés.
Fonte: diariodecuiaba.com.br