Mato Grosso é reconhecido como hiperendêmico para a doença, que tem cura. Tratamento é disponibilizado gratuitamente
Considerado hiperendêmico, Mato Grosso apresenta números preocupantes para casos de hanseníase.
Somente em 2023, dados da Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) revelam que foram detectados 4.212 casos da enfermidade.
Ainda que paricail, esse número representa um aumento de 77,3% em relação a 2022, quando ocorreram 2.375 diagnósticos.
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Segundo a Ses-MT, o Estado detém as maiores taxas de detecção de hanseníase do país e, por esse motivo, é reconhecido como hiperendêmico e o diagnóstico precoce é fundamental para a redução da doença.
“Diagnosticando muito e, por isso, nós realmente teremos muitos casos, mas trabalhamos para o tratamento imediato desses novos casos, de forma a evitar a transmissibilidade e o agravamento”, pondera o secretário de Estado de Saúde em exercício, Juliano Melo.
Melo afirma que o Estado está empenhado em uma política ativa de detecção de novos casos.
E, no “Janeiro Roxo”, que marca o mês de conscientização, o órgão estadual de Saúde alerta a população para a importância da prevenção e tratamento contra a hanseníase, doença considerada crônica e transmissível, mas que tem cura.
O tratamento é disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou unidades especializadas, que atendem os casos com resistência medicamentosa e/ou com incapacidades físicas.
Os dados mostram ainda que 2.507 casos foram diagnósticos em 2020 e, no ano seguinte, 2.106 casos, conforme divulgado pela assessoria de imprensa.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Ses, Alessandra Moraes, aproveita a campanha nacional do “Janeiro Roxo” para alertar as pessoas sobre os sinais e sintomas da doença.
“É importante procurar um atendimento médico se forem identificadas manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica ao calor e frio, ao tato e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas”, explicou.
“Se a pessoa identificou algum desses sintomas é importante não ficar com medo ou vergonha de procurar uma unidade de saúde. O diagnóstico tardio pode causar lesões neurais, acarretando um alto poder de incapacidade física. Já o diagnóstico ágil acelera a cura da doença”, reforçou.
A Ses-MT frisa ainda que, após o diagnóstico de um caso, todos aqueles que moram na mesma residência do paciente também fazem exames médicos.
Aqueles que não forem diagnosticados com a doença passam por uma investigação dermatoneurológica, que é realizada uma vez ao ano, durante cinco anos, com o objetivo de descartar a possibilidade da transmissão – já que a enfermidade é silenciosa e, por ficar incubada, pode demorar para manifestar os sintomas.
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer.
A forma de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores, como espirro, tosse ou fala.
Também é necessário um contato próximo e prolongado.
Fonte: diariodecuiaba.com.br