Processo contra o conselheiro do TCE-MT teria sido armado pelo ex- governador Pedro Taques e pelo ex-PGR, Rodrigo Janot, com base em denuncia caluniosa feita por Silval Barbosa, visando destruir a honra e a moral do conselheiro e impedir sua candidatura
O conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Antônio Joaquim, finalmente, teve sua inocência reconhecida pelo Ministério Público Federal (MPF) no inquérito aberto para apurar a denúncia caluniosa de Silval Barbosa de lavagem de dinheiro e corrupção. O processo foi encerrado com pedido de arquivamento falta de provas. A informação foi confirmada pelo próprio conselheiro em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 09, em seu gabinete no TCE.
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O pedido de arquivamento do inquérito foi feito pela procuradora da República Valeria Etgeton de Siqueira no dia 28 de abril, e está aguardando manifestação do juiz Jeferson Schneider, responsável pela 5ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso.
Durante a coletiva, sem conseguir segurar a emoção, o conselheiro detalhou vários aspectos da trama que, em 2017, resultou em seu afastamento do cargo. Segundo Antônio Joaquim, a trama de que foi vítima teve cunho político e o propósito de destruí-lo moral e politicamente.
Para o conselheiro, não restam dúvidas de que os cinco anos de afastamento que ele e os conselheiros Valter Albano, José Carlos Novelli e Valdir Teis amargaram, “foi obra de Taques e seu colega Janot”, com o claro interesse de impedir a sua candidatura ao Governo do Estado em 2018.
“O ex-governador Silval Barbosa fez uma delação em que denunciou mais de 200 CPFs e CNPJs. Mas, só os conselheiros do TCE foram afastados e mantidos fora dos cargos sem qualquer denuncia de crime por cinco anos. Tudo foi orquestrado pelo então governador Pedro Taques para me prejudicar, para impedir minha candidatura ao Governo”, argumentou o conselheiro.
Antonio Joaquim lembrou que havia anunciado sua pré-candidatura à sucessão no executivo estadual no dia 29 de agosto de 2017. No dia 03 de setembro, Taques pressionou para que ele se afastasse do cargo no TCE. No dia 12, Antônio Joaquim protocolou o seu pedido de aposentadoria na Corte de Contas. Dois dias depois, em 14 de setembro, a Polícia Federal realizou a Operação Malebouge e fez busca e apreensão no TCE. Nada foi encontrado de irregular e ilegal no gabinete de Antônio Joaquim.
Mesmo assim, veio a ordem de afastamento do cargo, iniciando um período de angústia, sofrimento psíquico, moral e físico que durou cinco anos.
“Estava tudo armado. Um ato irresponsável e criminoso do Rodrigo Janot contra mim isso dele me indiciar sem motivo, sem nenhum fato que pudesse ensejar meu afastamento. Poderia até fazer o inquérito, mas não me afastar sem indício nenhum, sem checar nada, só para atender um desejo do seu colega Pedro Taques”, afirmou Antônio Joaquim, bastante emocionado.
Conforme o conselheiro, a violência da perseguição judicial que sofreu o afetou profundamente, causando momentos profunda amargura e dor. “Mudou minha vida [afastamento e as acusações sem provas] e me impediram de ser candidato. Me transformaram em um bandido. Fui julgado e condenado centenas de vezes por alguns veículos de imprensa e jornalistas. Uma coisa de louco”; narrou Antônio Joaquim.
O conselheiro chegou a derramar lágrimas ao lembrar os piores momentos que passou.
“Se você não tiver a família, esposa, filhos e netos, você morre. Dá um tiro no ouvido, um infarto. A injustiça é uma coisa que dói de forma intensa. Imagina você saber que está sendo injustiçado por uma autoridade de forma irresponsável, um abuso de autoridade, por um sujeito que se sente Deus e não conseguir ser ouvido em sua defesa? É terrível isso”, testemunhou o conselheiro aos repórteres.
Ao falar sobre aqueles que considera como seu algoz em toda a situação, o ex-governador Pedro Taques, o conselheiro usou um ditado popular para exemplificar o que ele vive agora, no ostracismo político e tentando se livrar de processos como os resultantes dos escândalos da Seduc e outros. “Sempre você colhe o que planta. Pode colocar na sua convicção, princípio de vida, o sujeito que plantou tomate, ele colhe tomate. Eu só quero que ele [Pedro Taques] cuide da vida dele. E eu cuido da minha. Ele para mim não existe mais”, afirmou Antônio Joaquim.
Fonte: copopular.com.br