Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em Cuiabá. Caso envolve disputa por terras
Denunciados por homicídio triplamente qualificado, os três acusados pelo assassinato do advogado Roberto Zampieri, 59 anos, devem ir a júri popular.
O pedido é dos promotores de Justiça Samuel Frungilo, Vinicius Gahyva Martins, Jorge Paulo Damante Pereira e Marcelle Rodrigues da Costa, do Núcleo de Defesa da Vida.
O crime ocorreu em dezembro de 2023, em Cuiabá.
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Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas foram denunciados pelo homicídio com as qualificadoras de emprego de arma de fogo de uso restrito, recurso que dificultou a defesa da vítima, concurso de agentes e mediante paga e promessa de recompensa.
“Narram os autos de inquérito policial que, por motivos ainda não esclarecidos, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas contratou as pessoas de Antônio Gomes da Silva e Hedilerson Fialho Martins Barbosa para matarem Roberto Zampieri”, diz o documento assinado pelos promotores.
Para os representantes do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), a pronúncia dos acusados “é medida que se impõe ao feito, eis que o acervo probatório coligido aos autos atesta a existência do crime de homicídio triplamente qualificado, em face de Roberto Zampieri”.
“Frisa-se, por oportuno, que a morte de Zampieri somente foi alcançada ante ao somatório de esforços de todos os acusados, cada um desempenhando determinadas tarefas, que contribuíram para a consumação do homicídio”, argumentam, nos memoriais finais da ação penal.
Os promotores consideraram todos os depoimentos e provas juntadas nos autos, que apontaram o papel de cada um dos réus no crime e pediram que seja julgada procedente a denúncia para que o trio seja pronunciado pelo homicídio.
Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro do ano passado, em frente ao seu escritório, localizado no bairro Bosque da Saúde, na Capital.
A vítima estava em uma picape Fiat Toro, quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo.
Conforme investigações, Antônio da Silva foi o autor dos disparos que mataram Zampieri.
Ele confessou a autoria do crime. Já Hedilerson Barbosa, apontado como intermediário e responsável por contratar o executor, e Etevaldo de Vargas, acusado de financiar o assassinato, negam envolvimento no caso.
O suposto mandante, Aníbal Laurindo, permanece em liberdade.
Durante a investigação, a Polícia Civil identificou todos os envolvidos no crime, além do mandante – o executor, o intermediário e o financiador do crime.
Os responsáveis por executar o crime foram presos pela Polícia Civil, no início deste ano, no Estado de Minas Gerais e, depois, transferidos para Cuiabá.
O trabalho policial apontou ainda que a motivação do crime envolveu uma disputa agrária na região de Paranatinga (373 km ao Norte de Cuiabá), onde o mandante tem uma propriedade rural.
O advogado Roberto Zampieri representava a parte adversária, que disputava a área avaliada R$ 100 milhões.
AFASTAMENTO DE DESEMBARGADORES – No dia 2 deste mês, o Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ratificou, por unanimidade, o afastamento cautelar imediato das funções dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), determinado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.
A decisão da Corregedoria está relacionada à investigação dos vínculos mantidos entre os desembargadores com o advogado Roberto Zampieri.
A investigação da morte do advogado tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público do Estado, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso.
Há indícios de que os magistrados mantinham amizade íntima com Zampieri, o que os tornaria suspeitos para decidir processos patrocinados por ele, além disso, eles recebiam vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgarem recursos de acordo com os interesses de Zampieri.
Fonte: diariodecuiaba.com.br