Número de casos desde o início do ano no Estado não significa surto, mas é necessário que a população se vacine
Mais uma grave doença vem preocupando as autoridades públicas de Saúde pela baixa cobertura vacinal e circulação em vários estados brasileiros.
Trata-se da meningite, que pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como vírus e bactérias.
Em Mato Grosso, já são 48 casos de meningite registrados de janeiro a setembro deste ano, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde.
No mesmo período, a doença resultou em nove óbitos.
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A faixa etária dessas mortes foi de um em criança menor de 1 ano de idade, dois de 1 a 4 anos, um de 10 a 14 anos de idade e três na faixa de 35 a 49 anos.
Conforme a Secretaria de Saúde, o Estado não está em surto em decorrência da meningite.
No entanto, o órgão estadual reconhece que é necessário que a população se vacine contra a meningite para evitar o aumento de casos no Estado.
“A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da meningite bacteriana, sendo as vacinas específicas para determinados agentes etiológicos”, informou.
Atualmente, a meningite dos tipos A, B, C, W e Y tem imunizante disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes.
Entretanto, a vacinação tem registrado baixa procura em praticamente todas as faixas etárias disponíveis.
Entre os vários tipos dessa meningite, o menigococo C é o que está mais espalhado pelo país e é combatido com a vacina meningocócica C.
Conforme a SES-MT, a vacina meningo “C” está preconizada no calendário básico da criança, em menores de 1 ano, com duas doses e um reforço com 1 ano de idade.
As crianças de 1 ano a 4 anos que não tomaram o esquema preconizado, tomam dose única.
A meta desse público é de 57.028 crianças em Mato Grosso.
Nos adolescentes de 10 anos, ela está temporariamente utilizada para aqueles não vacinados anteriormente. A meta desse público é de 40.026 adolescentes.
Os dados mostram, no entanto, que apenas o público entre um ano e quatro anos alcançou ou ultrapassou a cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) que é de 95%.
Em 2021, 98,6% dos pequeninos nessa faixa etária foram vacinados e, agora em 2022, 98,5% receberam a dose contra doença.
Já entre os menores de um ano, a cobertura ficou em 76,55% em 2021. Neste ano, encontra-se apenas em 54,32%.
No grupo com 10 anos, o percentual atingido no ano passado ficou em 1,02% e 23,9% e, entre 11 e 14 anos, de 30,6% em 2021 e 18,4%.
Ainda a partir de 11 anos até 14 anos a vacina preconizada é a meningo ACWY, com público alvo de 160.526 adolescentes no Estado.
Contudo, no momento, não foi possível acessar a cobertura vacinal em adolescentes acima de 10 anos devido a um problema no painel nacional.
A DOENÇA – A meningite é uma infecção das membranas que recobrem o cérebro (as meninges), que afeta toda a região e dificulta o transporte de oxigênio às células do corpo.
A doença provoca sintomas como dor de cabeça e na nuca, rigidez no pescoço, febre e vômito.
Ela pode evoluir rapidamente, em especial entre crianças e adolescentes, para perda dos sentidos, gangrena dos pés, pernas, braços e mãos.
De acordo com informações do MS, a doença é causada, principalmente, por bactérias ou vírus, e mais raramente, pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.
Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre transmissão através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.
Na meningite bacteriana algumas bactérias se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta; outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos.
Na meningite viral, a transmissão depende do tipo de vírus, podendo ocorrer contaminação fecal-oral, por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos; trocar fraldas de uma pessoa infectada; beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus.
Alguns vírus (arbovírus) são transmitidos pela picada de mosquitos contaminados.
Fonte: diariodecuiaba.com.br