A Justiça Eleitoral de Mato Grosso recebeu o inquérito policial baseado na delação do ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, que investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o ex-governador Silval Barbosa e o Grupo Renosa, fabricante da marca Coca-Cola. Segundo o delator, a empresa teria doado R$ 100 mil via caixa 2 para contribuir com o pagamento de dívidas de campanhas de Silval em 2011.
O processo se iniciou na 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Porém, em 2020, a juíza Ana Cristina Silva Mendes, por conta do entendimento de que crimes comuns relacionados com crimes eleitorais sejam apurados pela Justiça Eleitoral e, assim, determinou a remessa, que ocorreu nesta quarta-feira (15) na 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá.
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De acordo com a delação de Nadaf, Leonardo Torres, que presidia a empresa em 2011 teria contribuído, após o delator ter solicitado ajuda. “Um desses empresários foi Leonardo Lomba, de quem eu era amigo. Ainda em dezembro de 2010, em um encontro na sede da Renosa, em Várzea Grande, solicitei auxílio financeiro, tendo ele prontamente se disposto a contribuir com R$ 100 mil”, diz trecho de sua delação.
Nadaf ainda afirmou que a contribuição ocorreu em 4 parcelas de R$ 25 mil, e que para justificar o repasse da propina, o então secretário lhe forneceu notas fiscais de sua empresa de fachada, a NBC Consultoria e Assessoria, para justificar os pagamento.
“Passados alguns dias, Leonardo entrou em contato comigo informando que havia feito o primeiro depósito, no valor de R$ 25 mil, sendo que os outros três, no mesmo valor, foram feitos de forma sucessiva pelo empresário”, disse Nadaf em sua colaboração premiada.
Pedro Nadaf se tornou réu em diversos processos decorrentes das operações Sodoma e Seven, deflagradas, respectivamente, pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que desvendou crimes de corrupção, desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa, entre 2011 e 2014.
Nadaf foi preso em 15 de setembro de 2015, na primeira fase da operação Sodoma e foi solto 10 dias antes de completar um ano preso no Centro de Custódia da Capital (CCC) e na base do Serviço de Operações Especiais (SOE).
No acordo de colaboração premiada, Nadaf se compromete a devolver exatamente R$ 17,5 milhões aos cofres públicos. Ele delatou vários figurões da política mato-grossense como o exministro Blairo Maggi, o ex-governador Silval Barbosa , conselheiros do TCE, secretários e deputados.
Fonte: gazetadigital.com.br