Especialista explica que machos adultos podem chegar a 8 cm e as fêmeas a 12 cm. Aparecimento pode estar relacionado a mudanças climáticas severas.
Moradores de condomínios próximos da MT-010 e da MT-251, em Cuiabá, se assustaram com a volta de uma quantidade enorme de gafanhotos, que começaram a aparecer na região nas últimas semanas. Chama a atenção das pessoas o tamanho dos insetos.
Diversas imagens enviadas ao Repórter MT mostram os animais pendurados em postes e nas paredes das casas de um condomínio. Também há relatos de que eles atacam árvores e pomares da região.
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O professor de agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e especialista em Entomologia (estudo de insetos) Orlando Sales Júnior, explicou que os insetos são da espécie tropidacris collaris, conhecidos como gafanhotos gigantes. Os machos adultos podem chegar a 8 centímetros e as fêmeas a 12 centímetros.
Ainda conforme o professor, os insetos vivem a maior parte do tempo sozinhos e são ‘obrigados’ a seguir em bando e procurar alimento por conta de mudanças climáticas severas. “Essa época de seca que tem chuva, calor e muita mudança faz eles mudarem de comportamento”, explica.
“Isso ativa a serotonina do inseto e para eles, se torna interessante ficarem juntos e aumentar sua população. É uma estratégia de sobrevivência”, continua.
Orlando Sales diz que a espécie não oferece perigo ao homem, mas podem devastar hortas e pomares.
“A recomendação é o morador proteger o que pode das plantas. Usar tela de nylon, cobrir as plantas. Aplicar inseticida em área urbana pode ser um risco Eu não recomendaria”, afirma o entomologista.
“Em questão de semanas eles vão embora”, argumenta.
O professor também diz que assim como qualquer ser vivo, o gafanhoto é parte de uma cadeia-alimentar. “Eles servem como alimento para lagartos e algumas aves de grande porte”.
Caso o morador veja um surto de gafanhotos em sua propriedade, a recomendação é reportar a questão ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), através dos canais de atendimento ou na ouvidoria (0800 647 9990).
Fonte: reportermt.com