Nesta semana, o presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Mato Grosso, deputado Carlos Avallone, marcou as manchetes sendo o primeiro pré-candidato a desistir da disputa à Prefeitura de Cuiabá. Publicamente, o parlamentar alegou que a desistência atendia a um pedido de lideranças do ninho tucano, mas a história não foi bem assim.
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O recuo é resultado de uma articulação orquestrada pelo grupo político que atua como “pilar” da pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (União), na disputa à Prefeitura de Cuiabá.
Apesar de ter oficializado o recuo publicamente durante uma conversa com jornalistas no Salão Negro da ALMT, na quarta-feira (26), a decisão já havia sido tomada uma semana antes, em reunião na casa do empresário e vice-presidente do PSDB, Marcelo Maluf.
O encontro contou com a participação da deputada Janaina Riva (MDB), do deputado Júlio Campos (União), do senador Jayme Campos, e do próprio Botelho. As lideranças tinham uma avaliação clara de que uma candidatura de centro, como era o caso de Avallone, mesmo que sem expressão, poderia trazer “prejuízos” ao projeto do chefe da AL.
“Fizemos um apelo para reconsideração a sua posição. Pedimos que ele retirasse a pré-candidatura, que não estava tão viabilizada, e viesse somar conosco”, pontuou Júlio Campos instantes após o anúncio oficial do tucano.
Avallone vinha trabalhando sua pré-candidatura desde o início do ano e chegou a apresentar uma proposta genérica de governo no mesmo lugar que anunciou ter abandonado o pleito. O dirigente havia se lançado a prefeito atendendo a um desejo da direção nacional do PSDB. Contudo, nos bastidores, o projeto já era visto como um “balão de ensaio”.
Ao divulgar a decisão, o deputado disse que irá se reunir com o Cidadania, que compõe a federação junto ao PSDB, para decidir qual caminho a sigla vai seguir. Contudo, uma composição com o grupo pró-Botelho deve ser sacramentada até as Convenções Partidárias.
“Sou mais do centro e tenho mais afinidade com Botelho. Nunca escondi isso. O Novo é inviável. A minha tendência é essa, mas vou acompanhar o que a Federação PSDB/Cidadania decidir”, afirmou Avallone.
Fonte: gazetadigital.com.br