Estado pagou mais de R$ 1 bilhão pelas obras, que não saíram do papel, entre Cuiabá e Várzea Grande, em 2014
O Governo de Mato Grosso concluiu a venda dos 40 vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Estado da Bahia.
O valor de R$ 793,7 milhões será empregado para terminar a obra do sistema de Ônibus de Trânsito Rápido, o chamado BRT, e comprar os veículos.
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Com atrasos, as obras do BRT seguem em andamento em Cuiabá e Várzea Grande.
A confirmação da venda, feita no fim da tarde da última quarta-feira (19), coloca fim a uma polêmica que dura cerca de 10 anos, período em que os vagões foram adquiridos para a Copa do Mundo de 2014.
Contudo, a obra do VLT, que teve um custo de mais de R$ 1 bilhão, nunca foi concluída.
Intermediado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o contrato referente ao acordo deve ser assinado na próxima semana. ]
“É uma oportunidade que caiu do céu”, disse o governador Mauro Mendes (União).
“Estamos vendemos (…), e está prevista para próxima semana a assinatura do contrato”, acrescentou.
De acordo com informações, os valores são suficientes para custear todas as obras do BRT, no valor de R$ 468 milhões, e ainda sobrariam R$ 325 milhões para comprar os ônibus e realizar outros investimentos.
A previsão é de que, em cinco meses, os vagões começarão a ser transportados pela Bahia até a sede da fábrica da CAF, localizada na cidade de Hortolândia (SP), onde se submeterão a um processo de restabelecimento técnico para retomarem a sua capacidade operacional.
A substituição do VLT pelo BRT foi feita pelo Estado após denúncias de corrupção e a realização de estudos técnicos.
Um dos argumentos é de que o sistema de ônibus rápido terá mais vantagens à mobilidade da população cuiabana e varzea-grandense, em razão da flexibilidade do modal, “pois consegue atingir regiões mais adensadas e mais distantes, bem como permite o seu prolongamento no futuro”.
Pelo projeto, está prevista a construção de 46 estações, de um terminal na região do Coxipó e outro no CPA, em Cuiabá, e a reconstrução do Terminal André Maggi, em Várzea Grande.
A garantia é de que o BRT trará melhor mobilidade urbana para os moradores de Cuiabá e Várzea Grande, com os demais ônibus podendo utilizar o novo corredor.
Outra vantagem é que o BRT tem uma tarifa mais acessível em relação ao VLT e poderá ser expandido para outras regiões das duas cidades.
ESCLARECIMENTOS – Na sessão ordinária de quarta-feira (19), os deputados estaduais aprovaram um requerimento para o governador Mauro Mendes preste esclarecimento sobre o acordo e as negociações envolvendo a compra dos vagões do VLT.
O pedido de esclarecimento foi apresentado pelo deputado Wilson Santos (PSD).
Em seu requerimento, Santos solicita cópia do acordo entre Mato Grosso e a Bahia para apreciação pelo Poder Legislativo, bem como busca saber quais justificativas de um acordo para não divulgar à população.
Fonte: diariodecuiaba.com.br