No ano passado, segundo a Saúde, 39 pessoas perderam a luta para a dengue e outras 12 para a chikungunya no Estado
Mato Grosso fechou 2024 com alta incidência de casos prováveis de dengue e chikungunya.
Conforme painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado em 28 de dezembro do ano passado, o Estado registrou 1.194,1 diagnósticos de dengue para cada 100 mil habitantes, ficando na 11ª posição dentre as unidades da Federação com os maiores índices de transmissão.
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Em primeiro lugar do ranking aparece o Distrito Federal, com 9.907,5 casos para 100 mil pessoas, seguido de Minas Gerais (8.252/100 mil) e do Paraná (8.252,8/100 mil).
Quanto à chikungunya, Mato Grosso ocupa a terceira colocação com 590,3 para cada 100 mil indivíduos. À frente estão Minas Gerais (808,3/100 mil) e o Espírito Santo (721,1/100 mil).
Em número absolutos, houve um registro alarmante das duas infecções, conforme boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde contendo dados atualizados em 30 de dezembro.
Ao longo de 2024, ocorreram 43.523 casos de dengue contra 28.612, em 2023.
Já a chikungunya saltou de 348 ocorrências para 21.540 entre um ano e outro. Em relação a zika, as notificações saíram de 510 casos no ano retrasado para 557 em 2024.
Além do crescimento expressivo de infecções, o impacto letal foi devastador.
No ano passado, 39 pessoas perderam a luta para a dengue e outras 12 para a chikungunya. Os óbitos decorrentes das duas enfermidades foram registrados em 27 municípios mato-grossenses.
Na lista estão, Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Alto Garças, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Primavera do Leste e Tangará da Serra.
Com o início das chuvas, a preocupação aumenta devido ao acúmulo de água que faz com que a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, que transmite as três doenças, se intensifique, o que também aumenta a preocupação das autoridades públicas ligadas à área da saúde.
Somado ao calor intenso, o ambiente é ainda mais propício para que os ovos colocados pelas fêmeas eclodam e deem origem a milhares de novos mosquitos.
“Durante o verão, nós temos dois fenômenos que estão diretamente associados com a biologia do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue: as elevadas temperaturas e um maior volume de água. Esses dois fatores, juntos, contribuem para acelerar a proliferação do vetor da dengue, encurtando, inclusive, aquele período entre ovos e mosquito adulto”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Cunha. “Ao intensificar a atividade biológica do mosquito, nós temos um maior número de pessoas sendo infectadas, porque há um maior número de mosquitos nesse período”, completou.
Por meio da assessoria de imprensa, o MS reforça a importância do cuidado por parte dos moradores, considerada a principal medida de prevenção contra o mosquito: limpeza dos quintais para evitar água empoçada, vedação das caixas d’água, limpeza dos vasos de plantas e calhas.
Também é essencial receber os agentes de saúde para fazer a vistoria em possíveis focos do Aedes.
A recomendação é intensificar os cuidados e dedicar uns 10 minutinhos para cuidar do ambiente domiciliar e verificar se tem algum objeto que possa acumular água, conversar com os vizinhos e cobrar que o poder público também faça a sua parte, recolhendo rotineiramente o lixo produzido pelos domicílios.
Vale frisar que a Saúde pública considera três níveis de incidência de dengue: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil) e alta (mais de 300 casos/100 mil).
Portanto, a taxa de incidência é um importante indicador de alerta e ajuda a orientar as ações de combate à enfermidade.
Fonte: www.diariodecuiaba.com.br