Abandonada há anos, a escadaria que corta o Parque Antônio Pires de Campos, mais conhecido como Morro da Luz, que liga a avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), no centro da Capital, ao bairro Bandeirantes, preocupa a população local. São 115 degraus que fazem parte do patrimônio histórico do município. Uma arquitetura utilizada nas décadas de 60 e 70 e que sofre com problemas da falta de manutenção, acúmulo de lixo e agora com o deslizamento de vegetação e entulhos na região
Nas últimas semanas, após as chuvas fortes, diversas árvores caíram no local, algumas até mesmo obstruindo trilhas no Morro da luz, e parte da vegetação e das construções abandonadas, ao lado da escadaria, deslizaram ladeira abaixo. A situação chamou atenção de quem passa pela região que se preocupa com possíveis riscos oferecidos e cobra a revitalização e segurança na região.
Subir ou descer a escadaria é ter o privilégio, mas também é visto como um ato de coragem em decorrência do abandono em que o local se encontra. Da escada, onde é possível ter uma vista para o centro da cidade, há muito não é realizado nenhum tipo de serviço de limpeza. A escadaria está cercada de papéis plásticos, materiais descartáveis, garrafas pets, entre outros lixos.
A reportagem de A Gazeta esteve no local na companhia do engenheiro civil que integra o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), André Schuring, que avaliou a situação da escadaria e seu entorno. Durante a
visita foi possível identificar diversas rachaduras em seus corrimões, além de parte dos balaustres que já se perdeu com o tempo.
Apesar de parte da arquitetura da escada estar danificada pela falta de manutenção, segundo o engenheiro o local não apresenta riscos em seu fundamento. “É possível observar que não há nenhum problema na estrutura do local, nem nos muros de arrimo. A questão aqui é falta de manutenção mesmo”.
Quanto ao morro, ele destaca que também não há risco, mas que a Prefeitura precisa realizar a limpeza e providenciar a retirada dos restos de construções de casas que estão no local. Segundo ele, no morro há uma cobertura vegetal e é natural com algumas chuvas que parte dela acabe sofrendo um impacto.
Para ele é importante que a Prefeitura de Cuiabá programe a reforma e manutenção do local e alertou que existe uma lei que garante a periodicidade da manutenção de locais históricos para preservação e longevidade maior de suas estruturas.
Maria Bueno, 65, mora no bairro Santa Isabel, e ao passar pela escadaria lamentou a situação em que o monumento histórico se encontra. “É triste quando a gente vê o descaso com a história da nossa cidade”.
Fonte: gazetadigital.com