Layan de Moura participou do Acampamento da Resistência integrou os debates e mobilizações na defesa da valorização da educação pública e dos profissionais da rede estadual
A falta de prioridade da Educação na rede estadual foi destaque no depoimento dado pelo estudante do 3º ano do Ensino Médio da rede pública de Mato Grosso, Layan de Moura, 18 anos, que participou do Acampamento da Resistência, realizado pelo Sintep-MT (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso), no período de férias escolares, em julho.
Layan esteve presente nas dinâmicas e debates realizados com os educadores e cobrou uma agenda de governo para além do agronegócio. “Mato Grosso é conhecido como estado do Agronegócio e, em razão disso, só se fala do Agro, não se fala da Educação, da Saúde, da Segurança Pública. Políticas essenciais que o estado tem o dever de ofertar a toda a população”, ressalta o estudante.
Militante estudantil, representou o segmento como delegado por Mato Grosso, na Conferência Nacional de Educação, em 2024, que ajudou a construir o Plano Nacional Educação (PNE), para 2024/2035. O olhar crítico sobre as mazelas na educação pública foi apresentado no bate papo durante as atividades da luta sindical.
Para Layan os impostos pagos pela população deveriam ser priorizados com os serviços públicos, especialmente para aqueles que mais necessitam deles, que é a maior parte da sociedade. A defesa do estudante condena as isenções e renúncias fiscais dos empresários urbanos e rurais, ao comprometer os 25% dos recursos que deveriam ser investidos na educação pública.
Layan faz a defesa da educação pública na luta por valorização dos profissionais da educação, cobra estrutura física e tecnológica das escolas, condições adequadas para os estudantes terem acesso à educação de qualidade, com transporte escolar e alimentação. “Quem conhece as escolas por dentro sabe das muitas realidades dos estudantes, alguns vão pra comer, porque em casa são escassos. Outros ainda têm que se deslocar quilômetros e quilômetros para conseguir estudar”, ressalta.
Sobre os enfrentamentos dos estudantes destaca os danos provocados pela política do Novo Ensino Médio (lei 13.415/2017), que percorreu toda sua formação. Foram aulas eletivas e trilhas de aprendizagens que deixaram lacunas no conteúdo pedagógico, fundamentais para o ingresso no ensino superior. “Eu não acredito que vá sair do 3º ano com um aprendizado decente. Principalmente nas áreas de matemática e língua portuguesa. É muito conteúdo para o tempo de aula, são aulas de 46 minutos apenas. Não dá pra assimilar o que o professor passa. Ainda tem as apostilas, que mais atrapalham, com conteúdo desnecessário para aquilo que vamos ver no Enem”, disse.
As críticas do estudante destacam além dos conteúdos, a superlotação das salas, muitas com mais de 40 estudantes, e as avaliações exigidas pelo governo, via Plataforma Plural, que não condizem, segundo ele, com as necessidades do estudante para o ingresso na faculdade. “Somos obrigados a fazer as avaliações que são postadas na plataforma, porque agora isso conta dois pontos. O professor perdeu o poder de nos avaliar”, relata.
O estudante destaca também as falácias do governador, ao argumentar que o pacote comparado da iniciativa privada, traz o método de ensino privado para a rede pública. “Nenhum dos estudantes que conheço do ensino privado trabalha com esse método”, afirma destacando que nas escolas privadas o conteúdo do Enem é priorizado”, afirma
Fonte: sintep.org.br