MT: ESQUEMA DE VENDA DE SENTENÇAS: O peso das mensagens do lobista de MT suspeito de influenciar o STJ

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O surgimento do nome de Andreson Gonçalves colocou sob suspeita o funcionamento do Judiciário em Brasília e em outros estados

Para a PF, Andreson ganha dinheiro vendendo decisões judiciais. Em mensagens interceptadas, o lobista cita faturas milionárias pelo serviço
O surgimento do nome do lobista cuiabano Andreson de Oliveira Gonçalves, na mira das investigações da Polícia Federal, colocou sob suspeita o funcionamento do Judiciário em Brasília e em outros estados.

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Diálogos indicam que lobista vendeu influência sobre ministro do STF

As primeiras provas obtidas por meio dos diálogos de Andreson com o advogado Roberto Zampieri — assassinado em Cuiabá, no final do ano passado — revelaram que o lobista tinha acesso indevido a documentos internos e minutas de decisões de ministros do Superior Tribunal de Justiça, a segunda mais alta corte do país, responsável por julgar recursos de todos os tribunais.

O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, traz nesta quinta-feira (21) uma entrevista com os jornalistas Aguirre Talento e Natália Portinari sobre a reportagem “Lobista alvo da PF tem patrimônio milionário com aviões, mansão e resort”.

Veja a entrevista:

“Quando analisaram o celular de Roberto Zampieri, os investigadores descobriram mais de 9.000 mensagens trocadas com Andreson, entre 2019 e 2023. Em várias delas, ele antecipava minutas de decisões que ainda não haviam sido assinadas pelos ministros”, conta o jornalista no podcast.

“Estimamos que, nos últimos três ou quatro anos, ele acumulou mais de 20 milhões de reais em bens. Isso inclui imóveis, aviões e empresas. É um patrimônio significativo para alguém com o histórico dele”, afirmou Natália.

Conforme relataram os repórteres, ele costumava se apresentar como advogado em Brasília, embora não tivesse registro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Ele atuava nos bastidores dos processos e alegava, em mensagens, influenciar decisões de magistrados de diversos tribunais.

“Em uma das mensagens, Andreson se gabou para Zampieri após antecipar uma decisão: ‘Até a vírgula é igual'”, conta Aguirre, referindo-se a um caso que envolveu o gabinete da ministra Isabel Gallotti, do STJ.

Andreson foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, no mês passado, e segue sob investigação da PGR (Procuradoria-Geral da República).

As suspeitas também se estenderam à compra de decisões nos tribunais de Justiça de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“Encontramos um histórico impressionante sobre Andreson: desde se passar por policial para expulsar assentados até uma denúncia por tráfico de drogas na qual foi absolvido. Com o tempo, ele passou a focar sua atuação no Judiciário e enriqueceu com isso”, revela Natália Portinari.

Procurada durante a publicação das reportagens, a defesa de Andreson afirmou que não iria se manifestar sobre os diálogos, alegando que não obteve acesso aos autos.

O STJ já informou que afastou dois funcionários cautelarmente e está colaborando com as investigações, que, até, o momento não apontaram indícios de envolvimento direto de ministros

Fonte:    diariodecuiaba.com.br


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