Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues foi preso na última semana como mentor de um esquema de corrupção em MT
O delegado de Peixoto de Azevedo (691 km ao Norte de Cuiabá), Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, teve negado um pedido de habeas corpus para deixar a cadeia.
O pedido, impetrado pela defesa do policial, foi negado pela presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura.
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Geordan foi preso na semana passada, acusado de montar um “Gabinete do Crime”, na delegacia de Peixoto de Azevedo.
Ele e o investigador Marcos Paulo Angeli estão presos desde o dia 17, quando foi deflagrada a Operação Diaphthora, da Polícia Civil.
A operação investigou um esquema de cobrança de propina que teria sido criado e comandado pelo delegado, com a parricipação de advogados e garimpeiros.
Na sua argumentação para negar o pedido, Maria Thereza disse o HC não pôde nem sequer apreciado porque não foi examinado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
No pedido, a defesa do delegado alegou a ocorrência de constrangimento ilegal, “uma vez que a segregação processual do paciente, com predicados pessoais favoráveis, encontra-se despida de fundamentação idônea, pois está calcada, única e exclusivamente, no fato de ele ser Delegado de Polícia Judiciária Civil, e estar sendo investigado por crimes cometidos no exercício de sua função”.
Para a ministra, há fundamento, sim, na prisão do delegado.
Além disso, a defesa alegou ainda que não há contemporaneidade entre a prisão e os fatos investigados, que teriam ocorrido entre 2022 e 2023.
“Em relação à contemporaneidade dos motivos que ensejaram a prisão preventiva, não há flagrante ilegalidade, pois, segundo julgados do STJ, seu exame leva em conta não apenas o tempo entre os fatos e a segregação processual, mas também a necessidade e a presença dos requisitos da prisão no momento da sua decretação”, escreveu a ministra.
JOGOU CELULAR FORA – O delegado Geordan Fontevelle tentou se livrar do próprio celular, jogando-o em um terreno baldio, no momento da prisão.
As informações são do delegado Rodrigo Azem Buchdid, responsável pela investigação do caso.
“Nós conseguimos ir nesse terreno baldio e localizar o aparelho celular dele. É uma atitude de quem deve ter muita coisa para esconder”, disse Azem.
ENTENDA O CASO – Geordan Fontenelle foi preso no último dia 17, durante a Operação Diaphthora, deflagrada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso, suspeito de corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e assessoramento de segurança privada.
As investigações também apontaram que Geordan e um investigador, identificado como Marcos Paulo Angeli, negociavam vantagens para liberar bens apreendidos, exigiam pagamento de “diárias” para presos e cobravam propina para definir o destino de inquéritos que tramitavam na delegacia.
A Corregedoria apurou ainda que o delegado estaria oferecendo serviços de segurança privada com viatura para alguns garimpeiros da região.
QUEM É GEORDAN – Natural de Brasília, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues foi nomeado para o cargo de escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em 2014.
Dois anos depois, em 2016, Geordan foi promovido a escrivão-chefe de plantão da Coordenação Regional de Polícia Metropolitana. A
s informações constam no Diário Oficial do DF.
Em 2018, ele deixou a corporação para assumir outro cargo público.
O policial atuou na Polícia Civil dos estados de Goiás e do Pará.
No ano de 2020, o agente se candidatou a vereador pela cidade de Redenção (PA), mas não foi eleito.
Geordan chegou a dar aulas em cursos preparatórios para concurso público e também ministrava palestras.
Fonte: diariodecuiaba.com.br