A Polícia Federal da Bahia afirmou que Nilton Borgato e Rowles Magalhães lideram esquema
Durante uma audiência de custódia realizada na última quarta-feira (20), a Justiça Federal manteve as prisões preventivas do ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato, e do lobista Rowles Magalhães.
A decisão é assinada pela juíza Milena Souza de Almeida Pires, da 2ª Vara Federal Criminal da Bahia.
O evento foi realizado de forma virtual.
Leia também:
Ex-secretário e lobista lideravam transporte de cocaína, diz a PF
Borgato e Magalhães foram presos, na terça-feira (19), durante a Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal.
Os dois são acusados de tráfico internacional de drogas.
Borgato está detido em Cuiabá. Rowles, em São Paulo.
Em entrevista nesta semana, o delegado da PF da Bahia, Adair Gregório, afirmou que ambos são considerados os “cabeças” do susposto esquema.
Durante a audiência de custória, o advogado de defesa de Borgato apontou “contemporaneidade do decreto prisional”.
Segundo ele, isso é baseado em fatos que aconteceram há mais de um ano atrás.
O advogado disse que, hoje, não há qualquer elemento que indique que a suposta organização criminosa está em atuação.
Já a defesa de Rowles algeou irregularidade na prisão, uma vez que no momento do cumprimento de mandado ele não pode contar com um advogado.
Em sua decisão, a juíza Milena Pires afirmou que a audiência de custódia não é momento processual oportuno à apreciação de matérias atinentes ao mérito da questão, prestando tão-somente à averiguação das condições em que se realizaram as prisões, à legalidade no cumprimento dos mandados de prisão expedidos.
“Não foi visualizado nada que tenha eivado de ilegalidade o cumprimento das prisões consumadas, não havendo razões para relaxamento das segregações cautelares”, afirmou.
DESCOBRIMENTO – A operação da PF cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva, no Brasil e em Portugal.
No Brasil, os mandados foram cumpridos nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Bahia, Rondônia e Pernambuco.
As investigações começaram após a apreensão de 535 kg de cocaína em um jato executivo pertencente a uma empresa portuguesa ligada a Rowles Magalhães, em fevereiro do ano passado, em Salvador.
Conforme a PF, a partir de então, foi possível identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).
Fonte: diariodecuiaba.com.br