Secretaria de Saúde foi notificada pelo Ministério da Saúde e já elabora plano de contingência em MT
Em meio à pandemia de Covid-19, as atenções das autoridades públicas em Saúde voltam-se para um outro vírus denominado monkeypox, que causa a varíola dos macacos.
A doença tem despertado preocupação desde maio deste ano, devido ao avanço de casos e, terça-feira (9), o Ministério da Saúde (MS) determinou nível máximo de alerta no país.
Em Mato Grosso, somente no período de uma semana, já são 13 casos em investigação e dois confirmados.
Leia também:
Pesquisadores cobram medidas para enfrentamento da varíola dos macacos
A Secretaria de Estado de Saúde confirmou que já foi comunicada pelo Ministério da Saúde sobre o nível máximo de alerta em relação à monkeypox.
“A Ses-MT está elaborando um plano de contingência da varíola dos macacos e o documento deve ser publicado em breve”, informou o órgão estadual.
Também com o objetivo de orientar os municípios quanto ao manejo clínico de pacientes e coleta de material para análise, a pasta realizou duas webs reuniões e publicou duas notas técnicas e um vídeo sobre o assunto.
“Está previsto para ocorrer, nesta quinta-feira (10), mais uma reunião de alinhamento das ações com os municípios e outras instituições”, destacou.
Até quarta-feira (10), pela manhã, o Estado confirmou dois casos da varíola dos macacos, sendo eles, em Cuiabá.
A SES-MT também foi notificada de 13 casos suspeitos, sendo quatro em Várzea Grande, três em Cuiabá, três em Rondonópolis, um em Sorriso, um em Nossa Senhora do Livramento e um em Barra do Garças.
No país, são mais de 1,8 mil casos e um óbito em Minas Gerais.
A determinação de alerta máximo consta no Plano de Contingência Nacional para Monkeypox, lançado na última terça-feira Elaborado pelo Centro de Operações de Emergência (COE) para Monkeypox, o plano apresenta os níveis de emergência de I a III, conforme classificação utilizada internacionalmente, sendo que cada nível é baseado na avaliação do risco da doença, a situação epidemiológica e seu impacto para a saúde pública e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme o MS, o nível III, que está sendo tratado neste momento, é estabelecido quando há transmissão comunitária de casos, os insumos para tratamento e prevenção não estão disponíveis e o impacto sobre diferentes esferas de gestão do SUS exige ampla resposta governamental.
Por isso, essa classificação é feita para orientar as ações de vigilância, prevenção e assistência no SUS.
O plano estabelece estratégicas para contenção e controle da doença no país e orientações assistenciais, epidemiológicas e laboratoriais para a gestão dos casos de varíola dos macacos.
O documento traz ainda as definições para caso suspeito, caso provável, caso confirmado e caso descartado de varíola dos macacos, modo de transmissão da doença e grupos vulneráveis.
O plano também explica como dever ser feito o rastreamento de contatos de casos suspeitos e como está organizada a rede de laboratórios de referência.
Pelo que se sabe até agora, a varíola dos macacos causa um quadro autolimitado, que se resolve em duas a quatro semanas, e mais de 99% dos pacientes infectados se recuperam bem.
Por hora, as mortes relacionadas à doença são consideradas raras.
Mas existem alguns grupos — crianças menores de oito anos, pacientes com sistema imunológico comprometido, indivíduos com histórico de doenças inflamatórias de pele, gestantes e lactantes — que correm um risco maior de desenvolver complicações mais graves.
Vale lembrar que na última semana, conforme divulgado pelo DIÁRIO, pesquisadores alertaram para a necessidade da adoção de ações multissetoriais e coordenadas no país para o enfrentamento da monkeypox.
A preocupação consta no artigo “Mokeybox: o que estamos esperando para agir?”, publicado por seis estudiosos e pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e de outras instituições de ensino, sendo elas, de São Paulo, Amazonas, Bahia e o Espirito Santo.
“Esta escalada de casos (em nível nacional) ocorre em meio a um cenário em que o país convive com a pandemia da covid-19. Este contexto continua sendo um significativo desafio sanitário que afirma a importância do Sistema Único de Saúde, ao mesmo tempo que demonstra a fragilidade do país em enfrentar uma emergência sanitária”, diz o artigo.
Os principais sintomas da varíola dos macacos são linfonodos inchados, lesões na pele, febre, dor de cabeça, dores musculares e dores nas costas.
Caso haja a manifestação destes sintomas, procure assistência médica.
Para a prevenção da doença, a orientação são medidas de biossegurança, como o uso de máscaras, distanciamento físico e higienização das mãos e evite tocar em lesões ou compartilhar objetos com pessoas infectadas.
Os pacientes suspeitos e confirmados devem permanecer em isolamento por 21 dias.
Fonte: diariodecuiaba.com.br