Há mais de dois anos a produção de suínos passa por uma das piores crises enfrentada na atividade, a suinocultura mato-grossense segue amargando prejuízos. Sem conseguir equilibrar os custos de produção cerca de 15 mil matrizes já foram abatidas. Com o preço pago ao produtor pelo quilo do suíno vivo, boa parte dos suinocultores independentes abandonou a atividade e os que permanecem reduziram seus plantéis e o número de matrizes.
Em busca de medidas que ajudem a mitigar os prejuízos, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), se reuniu com deputados estaduais para debater medidas para diminuir a crise do setor, que emprega mais de 20 mil famílias no Estado.
De acordo com o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho, com a saída dos produtores que não suportaram a crise, Mato Grosso teve redução de aproximadamente 40 mil animais abatidos por mês, além da redução do número de matrizes que caiu de 140 mil para aproximadamente 125 mil.
“Produtores com décadas na atividade não suportaram os prejuízos e fecharam as portas, o custo de produção segue mais alto que o valor pago pelo quilo do animal ao produtor. Nos reunimos com os parlamentares para mostrar a nossa real situação, e pedir para que nos apóiem em nossos pleitos, que são essenciais para que a cadeia não seja extinta e os empregos acabem”, explicou.
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 2022, Mato Grosso registrou aumento de 0,65% nos abates em comparação com 2021, mas o número positivo é devido ao descarte de matrizes. Em reflexo a isso, pode-se observar uma retração do número de abates de suínos na parcial de 2023, que recuou 6,91% no comparativo com o mesmo período de 2022. Ainda de acordo com o Imea, o custo operacional total na suinocultura no primeiro trimestre está em R$ 5,67 Kg, enquanto o preço pago ao produtor chegou a R$ 5,50 Kg.
Etanol de milho amplia competitividade do biocombustível
Entre os pedidos da Acrismat, aos parlamentares, estão alterações nos valores do crédito presumido do ICMS no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), que passaria de 50% para pelo menos 90%. O deputado Dilmar Dal Bosco, que comandou os trabalhos no colégio de líderes, reforçou seu apoio às demandas apresentadas pela Associação.
“Sempre tenho defendido o setor produtivo, a suinocultura em especial nos últimos anos carece de uma atenção especial por conta da enorme crise que atingiu o setor. Lamento pelos produtores que não conseguiram suportar, e reforço que não faltará empenho dos deputados e da ALMT em buscar medidas que auxilie o setor nesse momento de crise”, afirmou ao completar que solicitará crédito presumido de 100% no ICMS para envio de animais a serem abatidos em outros Estados.
Outra demanda é a questão do milho, pedindo a liberação de maiores quantidades do milho balcão exclusivo para suinocultores. “Atualmente o suinocultor está limitado a comprar 27 mil quilos por mês, que é um valor muito pequeno para a nossa demanda. Já fizemos o pedido à Conab e agora reforçamos com os parlamentares da ALMT”, pontuou Tannure.
Os suinocultores ainda pedem a postergação do programa de incentivo aos frigoríficos, que termina no dia 30 de junho, e que reduziu a alíquota do ICMS de 2,5% para 0,5%. “Pedimos para prorrogar por mais um ano entendendo que os frigoríficos também estão passando por dificuldades e se fecharem as portas teremos maior dificuldade na comercialização dos nossos suínos”, ponderou.
O deputado estadual, Max Russi, endossou o apoio ao setor e destacou que a casa de leis trabalhará para atender às demandas junto ao governo do Estado. “Acredito que temos demandas e podemos avançar muito para atender à suinocultura e entendemos a sua importância para a economia do Estado. Vamos trabalhar em conjunto com todos os deputados para estudar a melhor forma de auxiliar no erguimento dessa cadeia”, afirmou.
Fonte: agrnoticias.com.br