Sindicatos patronais discordam de apoio do senador e do deputado federal à pré-candidatura do ex-presidente
Políticas partidária e sindical têm muito em comum, mas uma não pode interferir na outra e vice-versa.
Essa regra não foi observada pelos sindicatos rurais de Sinop e Tangará da Serra, que distribuíram Nota de Repúdio pelo apoio do senador Carlos Fávaro (PSD) e do deputado federal e pré-candidato ao Senado, Neri Geller (PP), a candidatos petistas.
As notas, com o mesmo teor, foram distribuídas na noite da quinta-feira (14).
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Em tom de alerta, sustentam que “como é de conhecimento público, o PT atua em conjunto e apoia o Movimento Sem Terra (MST), uma organização criminosa que invade, depreda, incendeia propriedades adquiridas com trabalho e esforço de famílias honestas…”.
Isoladamente, o sindicato de Tangará observa que “ademais, o ex-presidiário candidato a Presidente já acena para o controle da imprensa, propriedades e, consequentemente, pretende tirar a liberdade da população brasileira impondo regime socialista como na Venezuela e em Cuba, tudo apoiado pelo Foro de São Paulo, organização politicamente criminosa fundada pelo ex-presidiário e Fidel Castro…”.
Quem assina a nota pelo sindicato de Sinop é seu presidente, Ilson José Redivo, que assumiu aquela entidade em janeiro de 2021, mas que estava no cargo há três anos, substituindo o titular Antônio Galvan, que se licenciou após ser eleito presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).
Galvan é pré-candidato ao Senado pelo PTB e defende a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
As notas dos sindicatos expõem a partidarização de suas diretorias em apoio a Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo em que criticam o ex-presidente Lula da Silva (PT), que, na condição de líder de seu partido, daria cobertura a ações do MST.
Fávaro e Neri não se manifestaram sobre as notas.
A Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), à qual os sindicatos são ligados, também permanece em silêncio.
Até recentemente, Neri era ligado politicamente ao governador Mauro Mendes (União Brasil), que defende Jair Bolsonaro.
Sem conseguir convencer o governante a apoiá-lo em sua pré-candidatura, Gelleri aproximou-se do PT, partido ao qual serviu no Governo da ex-presidente Dilma Rousseff, enquanto secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, posteriormente, no cargo de ministro da Agricultura.
Fávaro mantinha apoio a Mauro Mendes, mas com independência.
Após recente encontro com Lula, o senador passou a coordenar sua campanha em Mato Grosso.
Nos bastidores, o nome de Fávaro é apontado para disputar o Governo, numa frente que reuniria a federação formada pelo PT, PV e PCdoB, além de parte do MDB..
Fonte: diariodecuiaba.com.br