“Se você é mulher, se não sofreu violência, ainda sofrerá pelo simples fato de ser uma”. Assim, 5 estudantes de direitos pontuam a violência doméstica, que ainda hoje é um problema sério. No Brasil, a cada 4 minutos uma mulher é agredida e uma morta em cada 8h. Mesmo com a Lei Maria da Penha, instituída em 2006, os dados referentes a violência e feminicídio continua alarmante.
Pensando nesse cenário alarmante, o GD, conversou o grupo, que pretendem usar a formação para atuar fortemente à favor da dignidade, liberdade e segurança de mulheres.
Luanne Marques, 22, estudante do 10° semestre, realizou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para abordar o assunto sobre o resgate das magistradas que sofreram muito com violência com o retorno do Talibã. Através do tema, ela decidiu que irá atuar na área diplomática.
“E com o retorno do Talibã, a vida dessas mulheres ficaram em perigo, mas não é só lá que a gente tem casos assim. Aqui no Brasil temos situações todos os dias de violência contra a mulher, o meu intuito é fazer um trabalho no direito internacional, para que possa atuar na área diplomática, lutando pelos direitos das mulheres e dos grupos vulneráveis,” pontuou.
Além das agressões físicas e psicológicos, muitas mulheres se tornam parte da triste estatística do feminicídio, onde são mortas pelo simples fato de serem mulheres. A maioria dos casos, por exemplo, acontece dentro da própria casa, pelo companheiro. E foi por vivenciar uma situação como essa na família Luiza Nogueira, 22, decidiu que assim que formada se dedicaria ao tema.
“Eu acho extremamente importante tratar e aumentar cada vez mais às proteções, porque só a medida de restrição não é suficiente. A mulher morre com papel na mão, a mudança tem que vir através do meio educacional, das crianças, para mudar toda essa conscientização, porque o problema é bem mais embaixo”, explicou.
Lutando pelos direitos das mulheres através de movimentos ativistas no estado, Leia Santos, 42, coordenadora atual do Fórum de Mulheres Negra em Mato Grosso, resolveu cursar Direito para colaborar e lutar a favor da dignidade das mulheres, atuando diretamente na área da família.
“Já venho lutando pelos direitos das mulheres aqui no estado como militante, mas agora quero atuar com outra face, como uma operadora do direito na área da família, para colaborar para que os dados alarmantes do estado diminuam e para relembrar os mecanismos que existem para mulheres possam rompam o ciclo de violência”, pontuou.
Bruna Mel, 20, no 8° semestre, acredita que a violência esteja banalizada atualmente. Para ela, os abusos começam dentro de casa e por isso as mulheres passam a normalizar os acontecimentos. Trabalhando como estagiária no Fórum de Cuiabá, a estudante já decidiu que irá atuar no âmbito da violência doméstica. Ela pretende ser promotora, pois acredita que uma mulher deve ser defendida por outra.
“Eu acredito na mudança e para isso quero ser promotora de Justiça, quero atuar na área sexual, pois meu desejo é defender as mulheres que passam por essas situações, pois eu acredito que uma mulher entende melhor os sentimentos de outra mulher”, pontuou.
Cursando o segundo semestre, Maria Eduarda Cazoni, 18, mesmo sendo nova já se posiciona para a luta de igualdade para as mulheres em meio a sociedade. O objetivo dela é atuar se preparar para, no futuro, trabalhar efetivamente na defesa feminina.
“Enquanto mulher, o tempo todo a gente vai passar por algum tipo de violência na nossa sociedade hoje, então acredito que precisamos da presença dentro das políticas públicas, escolas, faculdades, dentro de um plenário. Tenho uma caminhada pela frente, mas pretendo trabalhar ativamente na Defensoria das Mulheres ou com cargo político que me permita ajudar a dar voz para essas mulheres”, finalizou
Fonte: gazetadigital.com.br