Documento que defende a continuidade da intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá revela terceira fazer da Operação Curare, que tem como alvo a secretaria municipal. A apuração está sob sigilo, mas trata de suposto desvio de R$ 7 milhões da pasta. A açao policial ainda não foi deflagrada. A Polícia Federal nega a informação.
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O trecho que cita a apuração sigilosa consta nas alegações encaminhadas pela Procuradora Geral do Estado à ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) movida pelo MDB para tentar suspender a ação do estado sobre a Saúde cuiabana.
“Há, ainda sob sigilo, a “Operação Curare III”, a qual também investiga ilegalidades que ultrapassam a monta de R$ 7 milhões de reais, também na Secretaria Municipal de Saúde, em decorrência da prática de atos de corrupção e de lavagem de dinheiro”, diz trecho do documento.
Na argumentação, o procurador ainda menciona as fases Curare 1 e 2, Operação Hypnos, Operação Capstrum, Operação Chacal e Sinal Vermellho, todas contra administração municipal em diferentes pastas. Algumas delas resultaram na prisão de secretários e bloqueio de bens por fraude em licitações, superfaturamento, contratação irregular entre outros ilícitos.
“Ademais, as operações já culminaram no afastamento do prefeito, condenações e prisões, como a do ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues (preso em duas investigações distintas)”, diz trecho do documento.
A relatora da ação, ministra Cármen Lúcia, ainda ouvirá a Advocacia Geral da União (AGU) e a Procuradoria Geral da República (PGR), antes de colocar em votação no Plenário do STF.
Outro lado
Após a repercussão da informação errada apresentada pela PGE em sua manifestação ao STF, a Procuradoria emitiu nota afirmando que na verdade, a ‘Operação Curare III’ citada, na verdade seria a ‘Operação Cupincha’ da PF e que foi deflagada em agosto de 2022.
“Sendo assim, não se trata de ato falho ou de ter recebido informações sigilosas sobre a investigação; Na própria manifestação da PGE, consta o mês e ano da realização da operação e o valor investigado, que são facilmente comprovados, ao pesquisar na rede mundial de computadores; Vale destacar que o sigilo é sobre o trâmite da operação que ocorreu, não do cumprimento dos mandados de busca e apreensão que foram realizados e publicizados, pela própria Polícia Federal e por todos os veículos de comunicação de Mato Grosso, à época”, diz trecho da nota.
A Polícia Federal também negou que a informação da PGE. “A Polícia Federal informa que as investigações denominadas de Operação Curare e Cupincha resultaram na deflagração de três fases ostensivas, respectivamente em 30/07/2021, 28/10/2021 e 01/08/2022”, diz a nota.
Fonte: gazetadigital.com.br