Estado deve colher cerca de 17,66 milhões t, 11,3% acima das 15,87 milhões t colhidas no ciclo anterior
A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024 registra 713,2 milhões de toneladas e estabelece novo recorde na série histórica acompanhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O volume representa um aumento de 16,8%, quando comparado ao ciclo passado, como aponta o 4º Levantamento sobre a cultura pela Companhia.
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De acordo com o boletim, a área colhida também registrou um leve crescimento de 0,5%, estimada em 8,33 milhões de hectares, enquanto que o rendimento médio teve um incremento de 16,2%, saindo de 73.655 quilos por hectare para 85.580 kg/ha.
Mato Grosso deve colher cerca de 17,66 milhões t, 11,3% acima das 15,87 milhões t colhidas no ciclo anterior.
A produção será convertida em maior parte em etanol, o que deve ofertar quase 1.104.145,9 litros e 539 toneladas de açúcar.
As condições climáticas e os investimentos do setor proporcionaram esse resultado, com destaque para a recuperação da produtividade no Centro-Sul do país.
No Sudeste, região que concentra a maior produção de cana-de-açúcar, houve aumento no volume colhido em 21%, quando comparada à safra anterior, totalizando 469 milhões de toneladas.
A área colhida reduziu 0,6%, enquanto que a produtividade média aumentou, justificado pelas melhores condições climáticas e dos investimentos para a renovação das lavouras, com uma estimativa de 91.987 kg/ha.
Já na segunda maior região produtora de cana, o Centro-Oeste, foi verificado aumento tanto na área como na produtividade deste ciclo.
As condições climáticas apresentadas proporcionaram o adequado desenvolvimento das lavouras, com um rendimento médio de 81.537 kg/ha, em uma área de aproximadamente 1,78 milhão de hectares.
O clima também beneficiou as lavouras do Sul, que apresentaram uma produtividade de 73.860 kg/ha, alta de 13,4% à obtida na temporada anterior.
Após sucessivas reduções da área colhida, a atual safra também apresentou aumento de área, o que resultou em uma produção de 38,73 milhões de toneladas de cana.
Na região Nordeste, a estimativa de produção de cana-de-açúcar é de 56,48 milhões de toneladas, discreta redução de 0,7% quando comparada à safra passada.
O aumento da área, continuando o movimento observado na safra passada de investimentos na recuperação de áreas anteriormente cultivadas, contribuiu para a produção semelhante à última safra, apesar da redução de produtividade.
Já no Norte, o incremento de área e as produtividades semelhantes à última safra resultaram em aumento de 3,1% na produção.
SUBPRODUTOS – A produção recorde de cana também reflete no aumento de fabricação dos subprodutos.
Com o mercado favorável ao açúcar, a maior parte da cana foi direcionada para a produção do adoçante, estimada em 45,68 milhões de toneladas, representando um aumento de 24,1% em relação à safra passada e um novo recorde na série histórica.
Apesar da priorização na produção de açúcar, o aumento da produção de cana dá suporte para um incremento na produção do combustível em relação à temporada 2022/2023.
O produto com origem no esmagamento da cana-de-açúcar registra um aumento de 11,9%, totalizando 29,69 bilhões de litros. Já o etanol de milho tem um aumento relevante de 33,1% em comparação à última safra, novo recorde de produção, resultando em um volume de 5,92 bilhões de litros do combustível.
Neste cenário, a produção total do combustível chega a 35,61 bilhões de litros, aumento de 15% em relação à safra anterior.
Desse total, 14,29 bilhões de litros são de etanol anidro e 21,32 bilhões de litros de etanol hidratado.
MERCADO – Com a produção recorde para o açúcar, as vendas do adoçante para o mercado internacional também atingiram os maiores níveis já registrados.
No ano comercial da safra 2023/2024, foram embarcadas pouco mais de 35 milhões de toneladas do produto, uma alta de 26,8% no volume comercializado na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, gerando um faturamento de U$ 18,27 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Além da boa produção no país, importantes produtores como Índia e Paquistão tiveram menores embarques, o que beneficia os produtores brasileiros.
Já o mercado para o etanol se apresentou mais desafiador.
As exportações registraram redução de 2,92%, atingindo 2,57 bilhões de litros.
A queda foi influenciada tanto pelo comportamento do câmbio quanto do preço do petróleo, que nos últimos meses de 2023 passou a apresentar trajetória descendente afetando os preços da gasolina e consequentemente do seu principal concorrente, o etanol.
Fonte: diariodecuiaba.com.br