Novo procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Deosdete Cruz Júnior afirmou que a operação da Polícia Civil contra o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, reforça a necessidade da intervenção na saúde da capital. Além das decisões judiciais descumpridas e da precariedade do serviço oferecido, o procurador considerou que “essa operação é mais um indicativo”.
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A Operação Hypnos apura um esquema de desvios de verba da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). Investigadores da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apreenderam R$ 30.962 mil na casa do ex-secretário.
Esta não é a primeira operação policial que investigou crimes relacionados à administração da saúde de Cuiabá. A Operação Capistrum, por exemplo, resultou no afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) por um tempo.
“Acredito que mais essa operação é mais um indicativo da necessidade da intervenção, sem qualquer pré-julgamento contra quem quer que seja. O interventor não é um xerife, interventor é a pessoa que vai fazer aquilo que o Judiciário está determinado que ele faça, cumpra as ordens, regularize as filas, providencie os remédio, é pra isso. O que não foi feito antes e que ele tem que fazer. Acredito que isso reforça a necessidade da intervenção”, disse o procurador-geral em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (9).
Dois alvos ainda são servidores do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Célio está preso desde as primeiras horas da manhã. Em nota, a Prefeitura de Cuiabá afirmou que apesar de a operação investigar desvios na ECSP, a empresa não foi alvo da ação.
O interventor estava responsável por administrar a Secretaria Municipal de Saúde e a Empresa Cuiabana de Saúde. Deosdete Cruz lembrou que a intervenção só ocorreu por causa da denúncia de médicos sobre a situação da saúde quando era administrada pelo Município.
“Nos trouxeram decisões judiciais com trânsito em julgado que não vinham sendo cumpridas. Isso é objetivo, […] Eu entendo que essa intervenção é necessária porque a questão é objetiva. Houve oportunidade para o município resolver o descumprimento dessas ordens e não foi feito isso de maneira efetiva. […] o Ministério Público cumpriu a sua função provocando o Poder Judiciário, a quem cabe decidir em caráter final sobre a intervenção”, explicou.
O chefe do Ministério Público também rebateu as insinuações de que o MP estaria atuando em favor do Governo do Estado, reafirmando que não há postura pessoal no caso.
“Quem veio e detalhou descumprimentos foi o sindicato dos médicos, então o Ministério Público se nada fizesse, estaria se omitindo. […] naturalmente que o Ministério Público atua todos os dias em relação a outros prefeitos, tem outras medidas, tem outras investigações, é que existe uma visibilidade maior do prefeito da capital, afinal de contas é o município mais importante do nosso estado. Então compreendemos as reclamações, mas o Ministério Público é estruturado para ter autonomia, ainda que a figura do procurador geral seja nomeada pelo governador a instituição tem a sua autonomia”.
Por fim ele defendeu que a intervenção seja retomada para que o interventor possa concluir o trabalho que foi suspenso por ordem do Superior Tribunal de Justiça.
Fonte: gazetadigital.com.br