Era agosto de 2004 e o sonho de 42 crianças e adolescentes estava prestes a ser realizado com a viagem à França para a primeira apresentação internacional do Instituto Flauta Mágica. Na bagagem, uma ansiedade vertiginosa, afinal, ninguém falava francês e tudo era novo. Embora ousado e inédito, o sonho foi planejado com muito profissionalismo e longos contatos preliminares com intérprete, pesquisas pela internet para assegurar a idoneidade dos organizadores do festival, sobre o local onde o grupo ficaria hospedado, o percurso terrestre de Paris até Brive-la-Gaillarde, locais de parada para alimentação, e demais detalhes que dessem a devida segurança e confiança para tal empreendimento.
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“Durante dois dias que antecederam o início do festival, tivemos uma oportunidade maravilhosa de realizar um city tour pela histórica cidade de Brive, conhecendo lugares pitorescos e estreitas ruas calçadas de pedra por onde as legiões romanas passavam durante a expansão do império, há mais de 2000 anos”, conta o Maestro Gilberto Mendes, fundador do Instituto Flauta Mágica.
Sem sombra de dúvida, a música é um grande instrumento de transformação social, responsável por favorecer e estimular uma série de valores importantes para qualquer cidadão, possibilitando o rompimento de ciclos e dando às crianças e adolescentes perspectivas reais de inserção digna na sociedade.
Hoje, 20 anos depois, o instituto coleciona centenas de histórias vencedoras vividas por seus alunos. É o caso do Anderson dos Anjos, que esteve naquela memorável apresentação e atualmente é bombeiro militar e integra o corpo musical do batalhão. Tem ainda o Weber Almeida, que mora em Los Angeles – Califórnia, nos Estados Unidos e é atleta internacional de MMA, na academia Lyoto Machida – bicampeão mundial meio-pesado pelo UFC.
Todos que estiveram naquela viagem internacional guardam belas lembranças na memória, como conta o maestro Gilberto. “No dia 12 de agosto de 2004, às 20 horas, subimos no altar da igreja de San Martin, que serviu de palco para nossa apresentação. Mais de 1.500 pessoas lotavam o local, entre elas, toda a diretoria da Simphonie Des Orchestres Des Jeunes D’Europe, as 30 orquestras participantes do festival com seus 800 músicos e seus 30 maestros”, relembra ele.
E como boas lembranças merecem ser contadas, ele continua narrando toda a emoção vivida. “A cada obra executada pelas flautas, o público aplaudia efusivamente e, ao final, os aplausos se intensificaram quando todos se levantaram numa manifestação surreal de reconhecimento da nossa qualidade musical, que durou até que o último aluno deixasse o palco”, lembra o maestro.
Com toda a certeza aquela foi uma realização que colocou o Instituto Flauta Mágica em destaque na história dos projetos sociais de Mato Grosso e que ficará para sempre na memória daquelas crianças e jovens que protagonizaram esse espetacular, arrojado e inédito acontecimento cultural.
O maestro já prepara uma nova empreitada internacional para o próximo ano e, para isso, precisa da ajuda de empresas e pessoas que se identificam com a causa. Para colaborar com o instituto na conquista dessa nova caminhada, basta entrar no site flautamagica.org.br e conhecer as diversas formas de doação.
Sobre o Instituto Flauta Mágica
Fundado em 1998, o Instituto Flauta Mágica é uma organização sem fins lucrativos que ensina balé, canto e flauta doce na periferia de Cuiabá/MT, Brasil. Com tecnologia social própria, desenvolve um programa de educação musical e dança voltado para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
Fonte: gazetadigital.com.br