O ano de 2022 encerrou com forte crescimento das vendas do comércio varejista em Mato Grosso. O avanço foi de 8,5%, o terceiro maior entre as Unidades da Federação. As vendas do varejo ampliado, conceito que considera o comércio varejista e segmentos como o de veículos e materiais de construção, também registraram crescimento expressivo, de 6,1%. Nesse conceito, o desempenho do Estado também alcançou o terceiro lugar. Vale notar que ao longo dos últimos três anos, incluindo o ano de 2020, o volume de vendas do varejo ampliado registrou alta no Estado. Já o comércio varejista cresceu em 2020, recuou em 2021 e voltou a crescer em 2022.
O dinamismo da atividade econômica em 2022 também aparece nos dados de outros setores. De acordo com o IBGE, a produção industrial cresceu 19,4% em 2022, na comparação com 2021. Já o indicador do setor de serviços registrou alta de 13,8% na mesma base de comparação. Em conjunto, esses números mostram que a economia do Estado segue crescendo a taxas que superam a média nacional.
Esses resultados são condizentes com o fato de que a atividade econômica do Estado foi menos afetada nos períodos mais agudos da pandemia. Considerando os últimos três anos, o varejo ampliado do Estado cresceu a uma taxa média de 4,4% ao ano, já o comércio varejista apresentou avanço médio de 3,9% ao ano.
O desempenho dos setores reflete-se nos dados do mercado de trabalho. Em 2022, o estado de Mato Grosso criou 57,4 mil vagas formais. O setor que liderou a criação de postos de trabalho foi o de Serviços, com um saldo de abertura de 27,6 mil vagas. Em seguida, surge o comércio, com a criação de 14,2 mil vagas.
No mercado de crédito, a expansão do saldo de empréstimos e financiamentos também ficou muito acima da média nacional. Esses recursos fomentam o consumo e os investimentos na economia. Mesmo com a expansão do crédito, a inadimplência bancária, divulgada pelo Banco Central segue em patamares baixos.
O ano de 2023 começa com a previsão de desaceleração da economia brasileira. Estima-se que o PIB deverá crescer no país abaixo de 1,0%.
“Ainda é cedo para cravar esse resultado, que dependerá dos rumos da política econômica doméstica e do desempenho do cenário externo. Ao longo das últimas décadas, o Estado cresceu acima da média nacional. As próximas divulgações, com números referentes ao desempenho neste ano, indicarão se esse desempenho se repetirá”, afirma o presidente da FCDL/MT, David Pintor.
NO CAMPO – Os dados econômicos de outros setores ajudam a compor o quadro da atividade econômica no estado de Mato Grosso. De acordo com as estimativas do Ministério da Agricultura, o Valor Bruto da Produção Agropecuária do Estado deverá crescer 6,3% em termos reais, já descontando a inflação. A agropecuária representa fatia relevante do PIB no Estado, de 28,8% de acordo com o IBGE.
Além do crescimento do faturamento do Agro, o principal indicador da atividade do setor de serviços registrou crescimento de 13,8% em 2022 na comparação com 2021 – um avanço acima da média nacional (8,3%). A indústria também apresentou um crescimento notável ao longo do ano, com avanço de 19,4%. Os dados do setor de serviços e da indústria são do IBGE. Em conjunto, esses números sugerem que a economia do Estado segue bastante dinâmica e deverá sustentar um avanço do PIB acima do nacional. Conforme se verá ao longo deste relatório, o dinamismo da atividade econômica do Estado se reflete na criação de vagas formais de trabalho e na expansão do crédito a taxas elevadas.
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EMPREGOS – Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em 2022, 57,4 mil postos formais de trabalho foram criados no estado de Mato Grosso. O número ficou abaixo do observado em 2021, ano em que atividade econômica registrou forte crescimento, recuperando-se das quedas sofridas ao longo dos primeiros meses de pandemia. Analisando os dados do Caged por setor, constata-se que a maior contribuição para a abertura de vagas formais no Estado veio do setor de Serviços, que registrou a criação de 27.602 mil vagas. O comércio aparece em seguida, com 14.193 mil vagas criadas ao longo do último ano. O saldo de criação de vagas é obtido pela diferença entre o número de admissões realizadas em 2022 e o número de demissões. A análise do estoque de vagas formais mostra que, em Mato Grosso, o número de empregos formais chegou a 840,1 mil em dezembro de 2022. Desse total, 236,6 mil vagas formais estão no setor do comércio, o que representa 28,2% do total.
INFLAÇÃO – Na primeira medição de 2023, os preços registraram, na região Centro-Oeste, avanço médio de 5,1% no acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro. Os dados regionais são apurados pelo IBGE e consolidados pelo Banco Central. O resultado observado na região Centro-Oeste ficou abaixo do observado no país como um todo (5,77%). A análise da série histórica da inflação acumulada em 12 meses mostra ainda que, na região, houve forte desaceleração do ritmo de aumento dos preços. Em meados de 2022, a inflação medida na região chegou a 12,0%. O patamar atual segue elevado, considerando que a meta de inflação é de 3,25% para 2023. A abertura da inflação nacional por grupos de bens e serviços mostra que o crescimento dos preços não tem sido homogêneo. O grupo de itens que mostrou o maior avanço foi o de vestuário, com variação média de 16,5% dos preços. Outro importante índice de preços é o IGP-M, apurado pela FGV e frequentemente utilizado para corrigir o valor de alugueis. Esse índice registra alta de 3,79% nos 12 meses encerrados em janeiro de 2023.
CRÉDITOS – Dados divulgados pelo Banco Central do Brasil permitem analisar o desempenho do mercado de crédito no estado de Mato Grosso. De acordo com esses números, o saldo dos empréstimos e financiamentos contratados por pessoas físicas através do sistema financeiro chegou a R$ 122,5 bilhões, enquanto o saldo de operações contratadas por empresas chegou a R$ 62 bilhões. Nos dois segmentos houve crescimento na comparação com 2021. Esse resultado é importante porque os recursos do crédito fomentam o consumo, no caso das pessoas físicas, e o investimento, no caso das pessoas jurídicas. O saldo de crédito representa o valor em aberto das operações, com ou sem atrasos. Observa-se que, em Mato Grosso, a expansão do crédito foi maior no segmento de pessoas jurídicas (23,5%) do que no segmento de pessoas físicas (20,6%). Esse resultado destoa dos nacionais, onde se nota avanço mais intenso do crédito a pessoas físicas. Por fim, a taxa de inadimplência bancária apurada pelo BC segue próxima de 1,7% no Estado. A taxa de inadimplência representa o percentual do saldo das operações com atraso de mais de 90 dias.
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Fonte: matogrossoeconomico.com.br