Chefe do PCC comandou assalto à agência do BB, no Centro de Cuiabá. Chegou a fugir do Carumbé
A Justiça reduziu a pena de Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, por um roubo a banco praticado em 31 de março de 1999 em Cuiabá, em Mato Grosso.
A condenação inicial era de sete anos, sete meses e 22 dias e caiu para sete anos.
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A decisão foi tomada por unanimidade, na última sexta-feira (21), pela Turma de Câmaras Criminais Reunidas, do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a presidência do desembargador Orlando de Almeida Perri.
Bruno Ferullo, advogado de Marco Willians Herbas Camacho, informou, por meio de nota que “apesar do resultado não ter sido o acolhimento total dos pedidos elencados na revisão criminal, o provimento parcial já foi um passo importante na busca por justiça”.
O defensor disse ainda que “irá recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para abordar as nulidades processuais que não foram devidamente sanadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso”.
RELEMBRE O CASO – O roubo aconteceu por volta das 18h40, na agência do Banco do Brasil da Aenida Getúlio Vargas, no Centro de Cuiabá.
A quadrilha liderada por Marcola roubou R$ 6.180.000,00 e US$ 199,800.
O bando se dividiu após o assalto, depois se encontrou novamente, dividiu o dinheiro, e cada um seguiu seu rumo.
Para conseguir entrar no banco, os assaltantes sequestraram parentes do gerente e uma empregada doméstica da família dele.
Os reféns foram levados para uma chácara na Estrada do Moinho.
A mulher do bancário foi obrigada a telefonar para o marido.
Ele foi atraído ao local e também acabou rendido.
Com o gerente dominado, parte do bando foi à agência e se passou por funcionários do Banco do Brasil de Brasília.
O restante dos assaltantes ficou vigiando os reféns.
Os vigilantes foram obrigados a recolher o dinheiro do cofre e colocar as cédulas em sacos plásticos e malotes.
Marcola e o comparsa Jeferson Nunes de Andrade fugiram para Rondônia, mas se deram mal.
A Polícia Federal descobriu que eles haviam embarcado no voo 812 da TAM, em Várzea Grande (área metropolitana de Cuiabá)), que chegaria à meia-noite em Porto Velho.
Sílvio Nunes Junqueira também acabou identificado e preso.
Agentes federais cercaram o aeroporto e prenderam os criminosos no dia 1º de abril de 1999.
Segundo a Polícia Federal, Marcola e Jeferson confessaram a participação no roubo milionário.
Os detidos foram levados de volta para Mato Grosso e removidos para o Presídio de Carumbé, em Cuiabá.
O atual chefão do PCC (Primeiro Comando da Capital) não ficou muito tempo atrás das grades.
Ele e Jefferson fugiram no dia 8 de abril.
Marcola foi recapturado em julho de 1999, em São Paulo, por policiais civis do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
O líder máximo do PCC tem condenação total de 300 anos pelos crimes de associação à organização criminosa, roubos, homicídios e tráfico de drogas.
Ele está recolhido na Penitenciária Federal de Brasília, ao lado de outros presidiários da cúpula da facção criminosa.