Pelo segundo mês consecutivo a inadimplência em Mato Grosso apresentou percentual de crescimento, segundo dados do Núcleo de Inteligência de Mercado da CDL Cuiabá, levantados junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O movimento foi o oposto do registrado no Centro-Oeste.
O crescimento na passagem de janeiro para fevereiro foi de 1,53% no número de devedores no Estado, enquanto a média regional apresentou queda (-1,31%) e a média nacional alta (0,47%). Já quando comparado com o mesmo período do ano passado, o registrado foi de aumento de 4,04% em Mato Grosso, enquanto a média da região Centro‐Oeste apresentou alta (4,65%) e a média nacional alta (7,49%).
O SPC Brasil estima que em fevereiro de 2023 havia 65,45 milhões de consumidores pessoas físicas negativadas no Brasil, o que representa 40,28% da população adulta do país. Já em Mato Grosso o número fica próximo a 1.140 milhão.
Em relação à abertura por faixa etária os dados de devedores mostram que o número com participação mais expressiva em Mato Grosso no mês de fevereiro foi a faixa de 30 a 39 anos (26,17%), seguida pelas faixas de 40 a 49 anos (21,49%), 50 a 64 anos (18,90%), 25 a 29 anos (13,63%), 65 a 84 anos (9,56%), 18 a 24 anos (8,99%) e 85 ou mais (1,26%), apresentando dessa forma uma média de idade de 43,1 anos. Já quando a participação é analisada por sexo, segue bem distribuída, sendo 53,89% homens e 46,11% mulheres.
Na passagem de janeiro para fevereiro de 2023, o número de dívidas em atraso de moradores de Mato Grosso cresceu 1,94%, sendo que na região Centro-Oeste a variação apresentou baixa (-0,23%) e na nacional alta (1,32%). Quando comparado com o mesmo período do ano passado Mato Grosso apresenta alta de 12,68%, a região Centro-Oeste (14,13%) e o nacional (17,41%).
Cada consumidor negativado do Estado devia em média R$ 4.288,69 na soma de todas as dívidas, sendo 32,02% com dívidas no valor de até R$ 500, 14,00% entre R$ 500,01 a R$ 1.000, 19,73% entre R$ 1.001,00 a 2.500, 19,42% entre 2500,01 a R$ 7.500 e 14,83% acima de R$ 7.500.
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O tempo médio de atraso é igual a 25,2 meses, sendo que 33,15% dos devedores possuem tempo de inadimplência entre 1 a 3 anos, 20,54% de 91 dias a 1 ano, 17,15% de 4 a 5 anos, 15,69% de 3 a 4 anos e 13,47% até 90 dias.
Também no fechamento de fevereiro de 2023, cada consumidor inadimplente em Mato Grosso tinha em média 2,098 dívidas em atraso, sendo que na região Centro-Oeste o número ficou acima (2,103) e no nacional abaixo (2,035).
Somando todos os valores de dívidas, fevereiro fechou com um montante próximo a R$ 4,89 bilhões.
O setor com participação mais expressiva do número de dívidas em Mato Grosso foi bancos com 45,77%, seguido pelo comércio (27,74%), água e luz (15,03%), comunicação (4,39%) e outros (7,07%).
“É um cenário de alerta, pois são dois meses consecutivos em alta e as compras de fim de ano ainda não impactaram de forma expressiva, geralmente isso ocorre de forma mais intensa em março. Sendo assim, precisaremos fechar o primeiro trimestre para termos uma melhor perspectiva do que poderá ocorrer no primeiro semestre e até mesmo no decorrer de todo o ano. O maior impacto nesse início de 2023 quando comparamos com o ano passado tem sido provocado por dívidas com bancos, água e luz”, pontua Fábio Granja, superintendente da CDL Cuiabá.
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Fonte: matogrossoeconomico.com.br