O delegado Nilson Farias, da DHPP,, disse ter certeza” de que o empresário Aníbal Laurindo foi o mandante da morte de Roberto Zampieri
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil, concluiu o inquérito que apurava a execução, a tiros, do advogado Roberto Zampieiri, em Cuiabá.
O profissional foi assassinado no dia 5 de dezembro do ano passado, quando deixava seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, na Capital.
Leia também:
Ex-presidente da OAB não resiste a cirurgia e morre após atentado
Responsável pelas investigações, o delegado Nilson Farias disse, em entrevista coletiva, nesta terça-feira (9), ter certeza” de que o empresário Aníbal Manoel Laurindo foi o mandante da morte de Roberto Zampieri.
A motivação seria uma disputa de terras avaliadas em R$ 100 milhões, no Município de Paranatinga (373 kmao Norte de Cuiaba).
Segundo Nilson Farias, no celular do coronel Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, réu acusado de intermediar o crime, foram encontradas informações sobre o processo cível a respeito da disputa dessas terras, ligações e fotos do escritório do advogado.
“Minha conclusão como autoridade policial – e falo com 101% de certeza – é de que foi a Aníbal quem mandou matar o advogado Roberto Zampieri”, afirmou.
O delegado explicou que a motivação foi uma disputa de terras em Paranatinga, e a decisão de matar o advogado veio quando Zampieri entrou com uma ação civil, com pedido de produção de provas referente a esse processo.
“Essa terra está avaliada em aproximadamente em R$ 100 milhões. São fazendas contíguas, em que um irmão perdeu a primeira ação que buscava reivindicar essa terra. Na hora de executar a sentença, passou a executar também a fazenda do Aníbal, como se fosse uma fazenda. Aí ele entra com uma interdição de terceiros para defendê-la”, disse o policial.
Segundo o delegado, no mesmo dia em que Zampieri entrou com o pedido de produção, foi retirada uma foto com o endereço do escritório do advogado.
“Eles já estavam na tratativa desde setembro, porém quando o advogado Roberto Zampieri entra com um pedido de produção de provas, é como se houvesse um desespero e é quando é retirada a foto, exatamente no mesmo dia”, completou.
CÚMPLICE – A esposa de Aníbal, Elenice Ballaroti Laurindo, foi inicialmente apontada como cúmplice, depois que a Polícia encontrou uma transferência bancária de R$ 2 mil em nome dela para a conta do coronel Caçadini.
A Polícia decidiu não indiciá-la por falta de outras provas, uma vez que identificou que quem estaria por trás da autoria do crime era Aníbal.
O executor do crime, à época em que foi preso, mencionou um suposto homem de sotaque italiano, que teria dito em um áudio que o irmão já havia perdido uma terra para o advogado. Aníbal é na verdade sulista.
TORNOZELEIRA – Aníbal Laurindo chegou a ser preso em 11 de março deste ano, mas foi solto no mesmo dia após ter a prisão revogada.
Ele hoje é monitorado por tornozeleira eletrônica, enquanto os supostos executores seguem presos.
A defesa, à época, argumentou que a prisão foi uma medida extrema e que as provas contra o fazendeiro eram frágeis.
Ainda sustentou que ele é um homem idoso e possui comorbidades que precisam de cuidados especiais.
“Essa é uma análise que vai depender do Poder Judiciário. Eu pedi a prisão dele. Então, eles agora tem que analisar se continua dessa forma ou não”, disse o delegado.
CASO ZAMPIERI – Roberto Zampieri foi assassinado no dia 5 de dezembro do ano passado, quando deixava seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Ele havia acabado de entrar em seu carro, um Fiat Toro branco, quando o assassino se aproximou e atirou dez vezes contra ele.
Em fevereiro deste ano, o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, acolheu o pedido do Ministério Público Estadual tornou Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas réus pelo.
Além disso, o magistrado converteu a prisão temporária do trio em preventiva.
Fonte: diariodecuiaba.com.br