Pai do jovem Ramon Alcides Viveiros, que morreu após ser atropelado pela biológica Rafaela Screnci, o procurador aposentado Mauro Viveiros voltou a cobrar a condenação da ré além da celeridade no processo.
Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (12), o pai afirmou confiar na Justiça e apontou que, mesmo passado mais de 3 anos desde o crime sem que sequer uma audiência tenha sido realizada.
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Nas palavras do procurador aposentado, não há de se falar em morosidade da Justiça neste caso, ainda que caiba a possibilidade de o processo caminhar com maior celeridade.
“É muito difícil, mas nós temos a convicção de que o processo chegará ao fim e acreditamos no sistema de justiça. Acreditamos que o processo vai se desenrolar e, ao final, ela será julgada no Tribunal do júri”, afirmou.
“A ré atropelou e matou duas pessoas, sobreviveu uma terceira. Estava ela conduzindo em excesso de velocidade, embriagada, passou com o veículo sobre dois corpos estirados no corpo, tentou se evadir do local e só não fez porque impedida por um motorista”, acrescentou ao lembrar do caso.
À imprensa, o procurador aposentado afirmou que falta ainda um avanço na legislação brasileira quanto a casos como esse. Segundo o pai, houve avanços na área, mas há pouca pressão da sociedade em torno de leis mais rígidas em torno de crimes desta natureza.
“O que acontece é que precisamos ter uma pressão social sobre o Congresso Nacional para que legisle, traga uma legislação adequada. Mas, para isso, precisamos compreender uma coisa. A nossa sociedade ainda tolera muito esse tipo de crime. A sociedade tolera muito”, disse.
O caso
Na data do crime, no dia 23 de dezembro de 2018, a bióloga dirigia bêbada pela avenida Isaac Póvoas quando os jovens Myllena Lacerda, Ramon Viveiros e Hya Girotto Santos atravessavam a via.
Todos foram atingidos pelo carro da bióloga e hospitalizados, mas Mylena morreu ainda a caminho do hospital, enquanto Ramon, que era cantor, faleceu dias depois.
O caso gerou grande comoção pela proximidade do Natal, por serem 3 jovens e por se tratar de uma saída de festa na qual Ramon era um dos cantores.
Inicialmente, a audiência estava marcada para o dia 3 de fevereiro, mas a defesa da ré apresentou atestado médico de covid e a sessão foi adiada para o dia 31 de maio, às 14h.
Fonte: gazetadigital.com.br