Em dezembro de 2022, Dias Toffoli revogou acórdão do TCU, que suspendeu as obras para instalação do BRT
A Advocacia Geral da União (AGU) ingressou com agravo regimental pedindo que o ministro Dias Toffoli, do STF, relator do mandado de segurança que autorizou em definitivo as obras de implantação do sistema de Ônibus Rápido de Trânsito, o chamado BRT, entre Cuiabá e Várzea Grande, em detrimento ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
No processo, o advogado da União, Gustavo Henrique Catisane Diniz, pede que o ministro reconsidere a decisão ou que o caso seja julgado pelo Tribunal do STF.
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Em dezembro de 2022, Dias Toffoli revogou um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), que havia suspendido as obras para instalação do BRT.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) ingressou com mandado de segurança, alegando que o TCU não tinha competência para atuar no processo.
No entanto, o advogado da União discute a legitimidade de a ação ter sido ingressada pelo TCE e não pelo Governo do Estado, uma vez que os atos submetidos ao escrutínio da Corte de Contas foram praticados pelo Poder Executivo local e não pelo órgão estadual de controle externo.
“Cumpre enfatizar que a jurisprudência desse Supremo Tribunal Federal é uníssona no sentido de que o mandado de segurança pressupõe a existência de direito próprio do impetrante e somente o titular do direito lesado pode se socorrer desse instrumento processual de índole constitucional”, diz, na petição.
Além disso, a Advocacia Geral da União rebate a tese de que as obras do VLT não teriam aplicação de recursos advindos dos cofres da União.
O entendimento é de que houve participação de órgãos e entidades do Governo Federal.
“Não se trata de obra afeta apenas ao Estado do Mato Grosso, mas de empreendimento conjunto que conta com a intensa e ativa participação do Ministério do Desenvolvimento Regional e da Caixa Econômica Federal”, destaca.
Prevista para a Copa do Mundo de 2014, a obra do VLT custou mais de R$ 1 bilhão e, atualmente, está sendo demolida.
Dos 22 quilômetros de trilhos previstos no projeto, seis já estavam prontos, mas já foram removidos.
O prejuízo está calculado em quase R$ 89 milhões, segundo o consórcio que implantaria o modal.
Fonte: diariodecuiaba.com.br