Líder indígena e pastor evangélico, ele teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes, do STF, depois de descumprir medidas cautelares
Uma das figuras célebres dos movimentos de bolsonaristas que precederam os ataques de 8 de janeiro, em Brasília, José Acácio Sererê Xavante, o cacique Sererê Xavante, que estava foragido, foi preso na noite de domingo (22) pela Polícia Federal, na fronteira brasileira com a Argentina, em Foz do Iguaçu (PR).
Líder indígena e pastor evangélico, ele teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, depois de descumprir medidas cautelares e fugir para o país vizinho em julho deste ano.
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Segundo o Supremo, a audiência de custódia do cacique será feita nesta segunda-feira (23).
Sererê Xavante foi detido em 12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula e Geraldo Alckmin no TSE, o que motivou bolsonaristas indignados a invadirem a sede da PF em Brasília, naquela noite.
Ele foi solto no dia 9 de setembro de 2023, mas deveria usar tornozeleira eletrônica como medida cautelar.
Segundo investigações da PF, o xavante realizou manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estavam hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.
A PGR avaliou que “a manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”.
XAVANTES – Em Mato Grosso, há mais de 23 mil indígenas xavantes.
Eles estão em nove terras indígenas, em áreas próximas a 14 cidades do estado.
Sererê é da terra indígena Parabubure, onde vivem 3.800 indígenas.
O município mais próximo é Campinápolis (658 km a Leste de Cuiabá).
O indígena não é cacique no território, segundo líderes ouvidos pela reportagem.
Ele é de uma família de caciques, como Celestino, tratado como uma das lideranças mais importantes em defesa dos interesses do povo xavante.
Em 2020, o indígena foi candidato a prefeito de Campinápolis pelo Patriota.
O nome usado na urna foi Pastor Serere Xavante —ele foi derrotado.
Serere já atuou na coordenação do movimento xavante, mas se distanciou da organização a partir do momento em que intensificou sua atuação no bolsonarismo, segundo Lúcio Xavante.
Esse distanciamento coincidiu com a candidatura de Serere à prefeitura.
Fonte: diariodecuiaba.com.br