Um Vídeo gravado dentro de uma das unidades da empresa de supermercados Big Master, em Nova Olímpia (207 km a médio-norte de Cuiabá), mostra uma mulher fazendo apelo em prol do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos funcionários.
Durante a fala, a mulher aponta que, em caso de uma eventual vitória do ex-presidente Lula (PT), poderia haver dispensa de funcionários.
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A gravação, que foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso nesta quinta-feira (20), tem 16 segundos de duração. No vídeo, a mulher aparece rodeada de pessoas e trajando roupas das cores verde e amarelo – símbolos da campanha de Bolsonaro.
Ao longo de sua fala, ela cita um cenário no qual as empresas supostamente poderiam ter que pagar altos impostos, o que resultaria na demissão de funcionários. Ao final, questiona aos presentes se eles seguiriam nos empregos “maravilhosos” no caso da vitória de Lula.
“Pagando imposto alto, as empresas quebram ou elas reduzem o número de funcionários. Ou vocês pensam que se o Lula assumir vocês vão ter o emprego de vocês assim maravilhoso igual vocês têm agora?”, argumenta a mulher no vídeo.
O episódio flagrado em Nova Olímpia repete situações que têm ocorrido em outras partes de Mato Grosso. Conforme divulgado pela reportagem na quarta-feira (19), ocorrências de assédio eleitoral também foram gravadas em Campo Novo do Parecis (396 km a noroeste de Cuiabá).
Em um dos vídeos, uma mulher – que não foi identificada e se apresenta como venezuelana – discursa para funcionários dentro da loja de vestuário Castelini. Na gravação, a mulher palestra sobre socialismo e miséria – enquadramento explorado pela campanha de Bolsonaro.
Assédio eleitoral
No último dia 10 de outubro, o Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou uma nota técnica para coibir o assédio eleitoral.
Segundo o documento, trata-se de “uma conduta abusiva que atenta contra a dignidade do trabalhador, submetendo-o a constrangimentos e humilhações, com a finalidade de obter o engajamento subjetivo da vítima em relação a determinadas práticas ou comportamentos de natureza política durante o pleito eleitoral”.
Além das recomendações aos empregadores, a nota orienta procuradores e procuradoras a promoverem ações institucionais conjuntas com os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), de forma a coibir a prática de coação ou assédio eleitoral no âmbito das relações de trabalho.
Fonte: gazetadigital.com.br