Em Cuiabá, 3,7% da população na mesma faixa etária não sabem ler ou escrever ao menos um bilhete simples
Em Mato Grosso, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais de idade caiu de 4,9% em 2022 para 4,5% no ano passado.
No entanto, o índice estadual é maior dentre as unidades que fazem parte do Centro-Oeste.
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Situação semelhante é verificada em Cuiabá, onde 3,7% da população na mesma faixa etária não sabem ler ou escrever ao menos um bilhete simples.
Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa traz uma análise das condições de vida dos brasileiros, sistematiza informações sobre a realidade social e as condições de vida da população brasileira.
De acordo com o levantamento, o analfabetismo atinge 5,4% das pessoas com idade igual ou superior a 15 anos no país.
No recorte por região, o índice cai para 3,7% no Centro-Oeste.
Já no vizinho Mato Grosso do Sul, a taxa é de 3,9%, em Goiás de 4,0% e no Distrito Federal de 1,7%.
Para os profissionais da área, a taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas.
Com 6,8%, o Estado tem ainda a maior taxa dentre as pessoas com acima dos 25 anos que se consideram sem instrução (sabe escrever o nome ou frequentaram a escola por pouco tempo, por exemplo).
Outros 25,8% e 7,3% têm ensino fundamental incompleto e completo, respectivamente; 7,1% e 29,6% contam com ensino médio incompleto e completo, respectivamente; e 4,3% e 19,2% contam com ensino superior incompleto e completo, respectivamente.
Em nível nacional, aproximadamente 9,1 milhões de jovens de 15 a 29 anos de idade já haviam abandonado a escola sem concluir a educação básica em 2023.
Desse total, 515 mil tinham de 15 a 17 anos, 4,5 milhões tinham de 18 a 24 anos, e 4,1 milhões, de 25 a 29 anos.
Conforme o IBGE, entre as mulheres, os principais motivos para o abandono escolar em 2023 foram gravidez (23,1%); necessidade de realizar afazeres domésticos ou cuidar de criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência se destacaram, somando 32,6%; necessidade de trabalhar (25,5%) e falta de interesse (20,9%).
Entre os homens, trabalhar apresentou a maior proporção (53,5%).
Para tentar reverter o cenário, o Governo de Mato Grosso lançou mão do programa “MT Mais Muxirum”, que faz parte das ações da Política Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma das 30 políticas educacionais do Plano EducAção 10 Anos, que objetiva colocar a rede estadual entre as redes públicas mais bem avaliadas no país até 2032.
Com a iniciativa, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) tem a meta de alfabetizar, neste ano, cerca de 18 mil pessoas com idade acima de 15 anos que, por algum motivo, deixaram de estudar.
Desde 2021, conforme informações do órgão estadual divulgadas recentemente, o programa alfabetizou 52 mil pessoas, contribuindo para a redução do analfabetismo no Estado.
A expectativa é alcançar a marca de R$ 47,7 milhões investidos até 2025, o que para o Estado evidencia o comprometimento com a alfabetização de jovens e adultos.
Fonte: diariodecuiaba.com.br