Deputado federal, que é candidato a senador, teria realizado triangulação com doação de pessoa jurídica
O deputado federal Neri Geller, que foi cassado
O Tribunal Superior Eleitoral cassou nesta terça-feira (23) à noite o mandato do deputado federal Neri Geller (PP) por abuso de poder econômico na eleição de 2018.
Com a decisão, o deputado federal fica inelegível por oito anos, a partir de 2018 e deve ter o registrado de candidatura ao Senado negado pelo Tribunal Regional Eleitoral.
A decisão foi unânime com seis ministros seguindo o voto do ministro relator Mauro Campbel Marques.
Neri é acusado de abuso de poder econômico e captação ilegal de recursos na eleição de 2018, quando foi eleito deputado federal.
Segundo o Ministério Público, o deputado, que é produtor rural, teria triangulado doações de empresas, o que é proibido pela legislaçã, por meio da conta do filho dele, Marcelo Piccini Geller.
“No mérito, por unanimidade deu parcial provimento ao recurso ordinário eleitoral para determinar a cassação do diploma do recorrido, Neri Geller, bem como a declaração de sua inelegibilidade pelo período de 8 anos, subsequente ao período de 2018, nos termos do voto do relator”, diz o resultado do julgamento desta terça-feira (23).
“O MPE |Formula desde a exordioal pedido de afastamento de sigilos bancário e fiscal, tensionado se aprofundar na trama financeira e verificando a apartir daí triangulação monetária”, afirmou o ministro durante o julgamento na noite desta terça.
“O MP Eleitoral narra que houve verdadeiro estrategema engendrado pelo investigado consubstanciado no mascaramento da utilização recursos de pessoas jurídicas por meio de atuação de pessoa física interposta (laranja), no caso o filho do investigado. Alega-se que o investigado ao receber recursos financeiros de pessoas jurídicas repassava tais montantes a conta de seu filho, o qual em ato continuo restituía tais numerários à conta de seu genitor, conferindo ares de licitude a movimentações bancárias”.
Mudança
A decisão modifica o que o TRE de Mato Grosso havia decidido em 2020, quando por 5 votos a 2, negou o pedido de cassação.
Além da triangulação com seu filho, Geller é acusado de ter realizado doações na campanha que totalizaram R$ 1,327 milhão em favor de 11 candidatos que concorreram ao cargo de deputado estadual.
Tais doações, somadas aos próprios gastos de sua campanha, que foram declarados ao valor de R$ 2,4 milhões, ultrapassariam o limite dos gastos de campanha estipulado em R$ 2,5 milhões.
A doação de R$ 1,3 milhão teria extrapolado o valor permitido para doação, que é 10% de seus rendimentos brutos. As doações de Geller contribuíram para eleger os deputados Faissal Calil (PV), Nininho (PSD), Wilson Santos (PSDB) e Elizeu Nascimento (PL).
Entre no grupo do MidiaNews no Telegram e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
Fonte: midianews.com.br