Após dois anos do início da vacinação contra covid-19, Mato Grosso ainda tem mais de 700 mil pessoas que não receberam nenhuma dose. De uma população de 3,5 milhões de habitantes, pouco mais de 2,8 milhões, ou 79%, já iniciaram a imunização. Dados do Painel de Monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam ainda que do total de pessoas que tomaram a primeira dose, 89%, mais de 2,5 milhões, receberam a segunda.
Quando levado em consideração o reforço da primeira dose, atinge apenas 52% dos vacinados (1,3 milhão). Nas doses do segundo reforço a cobertura é ainda menor e chega a apenas 30% (372 mil pessoas).
Para especialistas, apesar dos avanços vistos com a imunização, o que fez com que a gravidade dos casos e as mortes caíssem, até hoje existem muitas pessoas que ainda defendem a não vacinação e essa rejeição acende um alerta para o surgimento de novas variantes.
Maria Fernandes, 33, faz parte do grupo que tomou apenas uma dose da vacina e conta que fez isso só para “agradar” a mãe. “Eu não fui e nem vou tomar mais. Acho que passamos já pela pandemia e não há mais necessidade de ficar reforçando doses”.
O namorado dela, Carlos Augusto, 34, parou após a segunda dose. Ele afirma que só tomou a vacina porque a empresa onde trabalhava exigiu. “Eu não ia tomar, mas daí começaram a exigir o comprovante. Depois que tomei a segunda, eles nunca
mais pediram comprovação das outras”.
No Estado, 40% dos municípios estão abaixo de 50% na imunização dos reforços, após a segunda dose da vacina. Preocupações Professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), Ana Paula Muraro explica que a baixa vacinação e a
“estagnação” é um problema central para o combate à alta transmissão das variantes do SARS-CoV-2.
“Atualmente, as sublinhagens da ômicron são as circulantes. Faz parte da evolução natural dos vírus o surgimento de variantes. Enquanto o vírus circular em altas proporções, como estamos vendo, existe a possibilidade de surgimento de novas variantes. A vacinação é fundamental para contribuir para o vírus circular menos e, claro, para diminuir os casos graves”.
Leia mais matérias sobre Cidades na edição do Jornal A Gazeta
Fonte: gazetadigital.com.br