Ronan sonegou cerca de R$ 8 milhões através de empresa de ônibus
O acórdão da Primeira Câmara Criminal foi publicado na quinta-feira (11) no Diário da Justiça. No dia 14 de dezembro do ano passado, os desembargadores Orlando Perri, Marcos Machado e Paulo da Cunha negaram recurso de apelação para reformar a sentença de primeiro grau que aplicou pena de 4 anos de prisão em regime aberto por sonegação fiscal.
Os empresários ingressaram com embargos de declaração alegando que houve omissão pelos magistrados ao não julgar a íntegra da argumentação da defesa. Um destes argumentos é que Ronan Maria Pinto não tinha participação na empresa Solbus Transportes na época da licitação realizada nos anos de 2002/2003 e ainda que a Prefeitura de Cuiabá não havia efetuado o pagamento de 50% da tarifa dos estudantes favorecidos com o passe livre.
LAVA JATO
O empresário Ronan Maria Pinto foi preso preventivamente na 27ª Fase da Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2016 e intitulada de “Operação Carbono”. Três meses depois, foi solto após pagar fiança de R$ 1 milhão e aceitar ser submetido ao uso da tornozeleira eletrônica.
Dono do jornal “Diário do Grande ABC” e de empresas do setor de transporte e coleta de lixo, Ronan Maria Pinto recebeu R$ 6 milhões que foi desviado da Petrobrás para não divulgar em seu veículo de comunicação uma reportagem especial a respeito da morte do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, que comprometeria a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) como o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-secretário da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
As investigações da Polícia Federal descobriram que Ronan Maria Pinto recebeu R$ 6 milhões de um empréstimo fraudulento feito junto ao Banco Schahim em favor do PT. O dinheiro foi pago após Ronan Maria Pinto chantagear o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-secretário geral da Presidência da Republica, Gilberto Carvalho.
A chantagem funcionou da seguinte maneira: ou a cúpula do PT pagava R$ 6 milhões a Ronan Maria Pinto para comprar o Diário do ABC, jornal da região de São Paulo, ou seriam divulgadas reportagens comprometendo a cúpula do PT no assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Em março de 2018, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, manteve a condenação de Ronan Maria Pinto a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Fonte: folhamax.com