MERCÚRIO ILÍCITO: PF acusa 3 da família Veggi de comandar organização criminosa

MERCÚRIO ILÍCITO: PF acusa 3 da família Veggi de comandar organização criminosa
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Eles foram presos na Operação Hermes (Hg), deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira

O Dodo, Edgar e Ali Veggi, que foram alvos da Polícia Federal

Investigações da Polícia Federal apontam que os primos Arnoldo Veggi e Edgar Veggi, bem como o químico Ali Veggi, estariam no comando da organização criminosa que vendia e transportava mercúrio de forma ilegal no Brasil.

Também integra o grupo de comando o empresário Edilson Rodrigues de Campos, segundo a PF.

As informações constam na decisão da Justiça Federal de Campinas (SP), que expediu ordens de prisão e busca e apreensão contra o grupo nesta quinta-feira (1º), resultando na Operação Hermes (Hg) da Polícia Federal.

Ali foi presidente do Detran Mato Grosso no fim dos anos 90, no governo Dante de Oliveira (falecido em 2006), e é ex-diretor do IFMT (Instituto Federal de Educação de Mato Grosso). Arnoldo, o “Dodo Veggi”, foi suplente de vereador por Cuiabá e chegou a assumir uma cadeira na cadeira no Legislativo Municipal.

A Polícia Federal apontou que não há “dúvidas quanto às suas participações mediante uma clara e bem estabelecida divisão de tarefas, ao passo que foram identificados outros núcleos reunidos em prol de associações criminosas paralelas para prestar auxílio àquela estrutura principal”.

Assim, na cabeça do processo estaria Dodo. Segundo a PF, ele era o responsável pela parte operacional e política do esquema. O primo, Edgar, era o responsável financeiro.

Ali, pai de Dodo, cuidaria da parte técnica do esquema, por conta da formação em Química. Ele é um dos diretores do Conselho Federal dos profissionais da área. Edilson atuaria na movimentação e parte operacional, com a expertise obtida desde 2013.

Naquele ano, ele era dono da empresa Tucano Comércio e Representações, uma das maiores compradoras de mercúrio do País. No entanto, por conta de irregularidades, teve seu acesso no CTF (Cadastro Técnico Federal) cancelado. A sigla diz respeito a um sistema de controle de importação e comércio de mercúrio metálico, sob responsabilidade do Ibama.

Segundo escalão

No segundo escalão da organização, segundo a PF, estariam o Anderson Ferreira de Farias, Felix Lopez Bress, Bruna Damasceno Veggi (esposa de Edgar), Edy Veggi (pai de Edgar), Alberto Veggi Atala e Ali Veggi Junior (filho de Ali e irmão de Dodo).

Para a Polícia Federal, o grupo tem “consciência dos ilícitos praticados” pelos comandantes da organização, “permitindo a utilização de seus nomes para movimentarem valores suspeitos”.

Com papel central, a investigação ainda apontou os nomes de Marcelo de Queiroz Machado e Antonio Carlos Costa de Almeida, sócios da empresa Apliquin Equipamentos e Produtos Químicos.

Essa empresa é um dos centros das investigações e a responsável pelo abastecimento de mercúrio durante anos, “propiciando todo o desenvolvimento dos ilícitos cometidos sob a alcunha de ‘reciclagem’” (entenda mais abaixo).

Em grau hierárquico inferior, a PF cita que estão: Jhenyfer Silva Torres, André Ponciano Luiz, Patrike Noro de Castro e Luciano Reginaldo Monteiro, Ferdinando Rigueira Morelli e José Carlos Morelli.

Ferdinando e José seriam administradores da Metal MS, empresa que, ao lado da Apliquim, forneceria “créditos de mercúrio” no sistema do Ibama.

O esquema 

Segundo as investigações, a Apliquim Equipamentos e Produtos Químicos, com sede em Indaial (SC), em tese, seria uma recicladora de mercúrio no Brasil. É que no país não há extração do produto, por isso todo mercúrio produzido aqui é extraído de lâmpadas.

Ocorre que para a PF, a suspeita de que “o ciclo de descontaminação seja fraudulento, abastecendo créditos falsos de mercúrio nos sistemas do Ibama e, consequentemente, ‘legalizando’ mercúrio ilegal advindo do contrabando”.

O mercúrio metálico é utilizado nos garimpos em todo País. A operação investiga um esquema de contrabando e acobertamento de mercúrio usado por garimpos na Amazônia.

Empresas, garimpos, laranjas e pessoas físicas foram alvos da ação. Foram 49 mandados de busca e apreensão cumpridos, e 10 mandados de prisão expedidos.

Os mandados de prisão foram cumpridos majoritariamente em Mato Grosso. São eles: Ali Veggi, Arnoldo Veggi, Edgar Veggi, Edilson Rodrigues de Campos, Anderson Ferreira de Faria e Patrike Noro de Castro (foragido), todos com prisão preventiva.

A Polícia ainda comprimiu mandados de prisão temporária (reclusão de cinco dias) contra Edy Veggy, Bruna Veggi, Felix Bless e André Ponciano Luiz.

Fonte: midianews


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