Ídolo do Corinthians, Marcelinho Carioca falou com a imprensa na noite desta segunda-feira (18), horas depois de ser resgatado do sequestro em que esteve envolvido desde a madrugada de domingo. O ex-jogador citou que foi agredido na abordagem dos sequestradores e negou que teria se envolvido com uma mulher casada, versão do próprio em vídeo divulgado durante o cárcere privado, alegando que teria sido ameaçado e obrigado a dar essa interpretação.
“Três indivíduos me abordaram. Tomei essa coronhada (no olho), na minha cabeça e depois não vi mais nada. Entrei no carro e colocaram o capuz, não vi mais nada. Fui levado no meu próprio carro. Se você tem uma arma pontada na sua cabeça e a pessoa te obriga a falar, o que você faz? Eu fui obrigado a falar”, comentou Marcelinho, desmentindo qualquer relação amorosa com Taís, sua amiga.
“Queria falar da Taís, ela é minha amiga há três anos, conheço o ex-marido dela, os dois filhos dela. É uma mulher íntegra, guerreira, e falaram uma porção de coisas. Ela é minha amiga, porque fui secretário de esportes em Itaquaquecetuba”, complementou o ex-camisa 10.
Durante a manhã desta segunda-feira, circulou nas redes um vídeo em que Marcelinho, ainda em cárcere privado, comenta que saiu com uma mulher casada após o show Tardezinha e que o marido dela teria descoberto o caso, sequestrando ambos em seguida.
“Bem gente, eu estava em um show em Itaquera, curtindo um samba. E aí, saí com uma mulher que é casada, fui saber depois. E aí o marido dela pegou, me sequestrou e me levou. Esse é o BO”, comentou o ex-jogador.
“Confirmo tudo que ele está falando. Sou casada, meu esposo sequestrou ele e colocou a gente em cativeiro”, completou Taís, que também participou do vídeo.
Marcelinho e Taís foram resgatados pela Polícia Militar depois da hora do almoço desta segunda-feira. Ambos foram encontrados em uma casa na Rua Ferraz de Vasconcelos, em Itaquaquecetuba. O ex-jogador teve que transferir cerca de R$ 40 mil para os sequestradores durante o período de cárcere privado.
Marcelinho Carioca teve destacável carreira como jogador de futebol e se tornou um dos maiores ídolos da história do Corinthians. O “Pé de Anjo” ajudou o Timão a conquistar a Copa do Brasil de 1995, os Campeonatos Brasileiros de 1998 e 1999, o Mundial de Clubes de 2000, entre outros títulos. O ex-atleta também é o 5º maior artilheiro da história do Alvinegro, com 206 gols.
Veja a fala completa de Marcelinho Carioca sobre o sequestro:
“Primeiro, gostaria de agradecer, independentemente de ser uma pessoa conhecida ou não, mas o trabalho brilhante da DAS (Delegacia Antissequestro), da Polícia Militar e da Polícia Civil. As três, em conjunto, rápidas, por causa de duas vidas. E outro detalhe: eu sou jornalista e o jornalista tem que trabalhar com a veracidade dos fatos. Muita gente inventa. Antes de inventar, apure. Queria falar da Taís, ela é minha amiga há três anos, conheço o ex-marido dela, os dois filhos dela. É uma mulher íntegra, guerreira, e falaram uma porção de coisas. Ela é minha amiga, porque fui secretário de esportes em Itaquaquecetuba.
O fato do sequestro é: eu fui ao show do Thiaguinho, no sábado, e saí por volta de 0h40. Voltando para casa, moro em Arujá, e passando, sempre falando com ela, e com outras pessoas, falei que domingo não vou poder ir ao show novamente, porque vou estar em um evento no CT do Corinthians. Disse que iria entregar os ingressos para eles, próximo da casa dela.
Três ruas depois, na rua debaixo, tinha festa de comunidade, funk rolando. Enquanto conversava com todo mundo, chegaram três indivíduos e me abordaram. Tomei essa coronhada, na minha cabeça e depois não vi mais anda. Entrei no carro e colocaram o capuz, não vi mais nada. Fui levado no meu próprio carro. Se você tem uma arma pontada na sua cabeça e a pessoa te obriga a falar, o que você faz? Eu fui obrigado a falar. Taís é uma mulher brilhante, guerreira, de fibra, família e só temos amizade.
Eu vi tanta coisa… Eles queriam dinheiro, levaram. Não estava preocupado com dinheiro, e sim com a nossa vida. Encapuzado você não vê nada, só escuta, pedindo para ir ao banheiro. Deram água, comida…
O carro foi filmado, então provavelmente não sabiam que eu que estava nele. Viram um carro daquele porte próximo da comunidade, e chegaram para abordar. E quando viram o trabalho brilhante da polícia… Eu vi, minha vida estava em jogo. Quando o helicóptero chegou próximo, forte, descobriram tudo e escutei: ‘A casa caiu, a casa caiu. Temos que libertar ele, pega o menor de idade para dirigir e joga ele em outro lugar’
Pediram para mim a senha do telefone. Você dá. Aí você pensa nos seus filhos, na sua família… A vida não é grana. O mais importante era nossa vida.
Falaram para eu colaborar, que eles iriam pegar todo meu dinheiro. Disse que não tinha problema, pode pegar. Só queria ser libertado, meus filhos deviam estar preocupados. É ruim, não é fácil ter um revólver apontado para sua cabeça a todo momento. Mas assim, não fizeram nenhuma maldade não”.
Fonte. gazetaesportiva.com