Com seu estilo característico e influenciada por uma das mais novas vertentes da música pop, cantora americana apresentará o álbum “Juno”, produzido durante a pandemia
Com letras irreverentes e clipes psicodelicamente frenéticos, a cantora americana Remi Wolf não demorou para conquistar o público das mídias sociais. Com apenas um álbum de estúdio lançado, ela já acumula mais de 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
A originalidade das músicas transborda no jeito de ser da artista. O modo de falar, as roupas coloridas e cheias de detalhes, e os posts nas redes de Wolf mostram seu jeito peculiar de enxergar o mundo.
Em entrevista à CNN, vestindo sua touca tricotada em cores fluorescentes, Remi explicou que seu estilo pessoal sempre foi parte da sua personalidade.
“Eu me vesti dessa forma durante toda a minha vida. Sempre me arrisquei e amo muitas cores e estampas”, contou ela, enquanto ainda tentava acordar – são quatro horas de fuso horário entre São Paulo e a Califórnia.
“Nunca me importei com a opinião alheia sobre manter meu estilo, então eu sou assim há muito mais tempo do que a carreira na música”, acrescentou.
Aos 26 anos de idade, Remi conta que já faz performances há 15 anos – inclusive, em 2014, a californiana de Palo Alto participou do tradicional reality “American Idol”.
Suas canções possuem traços de disco, soul, funk e R&B, e muitas vezes é referenciado pela crítica dos EUA e Reino Unido como parte do movimento do “hyper pop” – que, como diz o nome, é caracterizado pelo exagero de elementos que costumam fazer parte da música popular –, apesar da cantora renegar o rótulo.
Tudo em Remi é descontraído. Em uma de suas músicas lançadas mais recentemente, “Sexy Villain”, ela faz referências a personagens menos queridos do imaginário coletivo, como serial killers e vilões – em um dos versos chega a definir-se como Robert De Niro da Costa Oeste americana.
A faixa integra seu primeiro álbum de estúdio, “Juno”, lançado em 2021. O nome é uma homenagem a Juno Jameson Wolf, o bulldog francês e maior xodó de Remi, que foi adotado em 2020 apesar da cantora ser alérgica a cachorros.
“Eu normalmente escrevo minhas músicas muito rapidamente (…) Sigo os portais que se abrem na minha mente e tento não pensar duas vezes. Se começar a questionar, a criatividade para, então eu só deixo fluir o máximo que puder”, disse ela, sobre o processo de criação da coletânea, feita em parceria com o produtor Jared Solomon, mais conhecido pelo nome Solomonophonic nos palcos.
Eu amo o humor. Mas eu também nem sempre sou a pessoa mais feliz do mundo, então acabo escrevendo músicas obscuras, mas engraçadas, que são onde eu estou realmente cantando
Remi Wolf
“Gosto de expressar emoções com a minha voz. Você pode ouvir músicas diferentes e perceber que estou usando quase personagens completamente distintos para retratar as letras, e eu acho que isso faz parte da minha escrita também”, completou a cantora.
Remi Wolf desembarca pela primeira vez no Brasil para animar o palco do Lollapalooza Brasil, que acontece no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre os dias 25 e 27 de março, e disse que “nunca esteve tão animada para ir a algum lugar” como agora.
“Juno” foi lançado em um momento da pandemia em que os eventos musicais ainda não haviam sido retomados. Nos últimos meses, ela pôde finalmente apresentar ao vivo as músicas que fez durante esse período, mas somente nos Estados Unidos.
“Quero tocar nesse show, e então sair e ser uma turista no Brasil! Sinto que nunca tenho a oportunidade de fazer isso”, diz Remi, que ficará no Brasil por três dias.
Ela relatou que será um desafio apresentar-se para um público tão diferente do habitual, e que teve pouco contato com fãs da sua música no exterior.
Apesar de não falar português, Remi sente que está pronta para encarar o festival, animar o público brasileiro e comer pão de queijo. Não necessariamente nessa ordem.
Esta matéria faz parte de uma série de reportagens que serão produzidas pela CNN e envolvem a primeira edição pós-Covid do Lollapalooza Brasil. Todas as produções podem ser encontradas clicando aqui.
Fonte: cnnbrasil.com.br