Caso aconteceu no dia 1° de julho durante uma discussão em uma distribuidora no Bairro Quilombo
O laudo pericial da Politec apontou que dois dos três tiros que atingiram o agente socieducativo Alexandre Miyagawa atingiram órgãos vitais. A causa da morte foi apontada como choque hipovolêmico.
Essa é considerada uma situação de emergência em decorrência da perda de grande quantidade de líquidos e sangue. Isso faz com que o coração deixe de bombear sangue para o resto do corpo, levando ao óbito.
O agente foi morto pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), que é policial militar, no dia 1º de julho em frente a uma distribuidora no Bairro Quilombo.
Um dos disparos, conforme o documento, não causou graves ferimentos. A bala entrou pelo lado esquerdo das costas e saiu pelo braço.
Já as outras duas balas atingiram vários órgãos vitais, além da artéria subclávia esquerda – que é uma das ramificações da aorta, principal veia do corpo que sai do coração.
As balas entraram pelas costas e saíram pela parte da frente com percurso ascendente, ou seja, de baixo para cima, com uma ligeira inclinação da direita para esquerda.
Os órgãos lesionados foram o lobo superior do pulmão esquerdo, diafragma, fígado, lobo inferior e médio do pulmão direito, pericárdio (membrana que envolve o coração) e átrio direito (câmaras cardíacas).
Esse conjunto de ferimentos e lesões levaram à “perda sanguínea maciça à cavidade torácica, causando choque hipovolêmico hemorrágico, causa direta e objetiva do óbito. […] Secundário a trauma torácico por projéteis de arma de fogo”.
Trajetória das balas
Uma das das balas entrou pelas costas, da direita para a esquerda, a 2cm da borda inferior da escápula na altura da axila. Essa bala atravessou o dorso, entrou e saiu novamente pelo braço esquerdo.
A outra entrou próximo à clavícula do agente (coluna torácica) e teve um percurso de baixo para cima, saindo pela região carotidiana esquerda – na altura do pescoço.
Já a terceira bala entrou pela parte direita das costas, a cerca de 3 cm do bordo inferior da escápula direita. Ela também atravessou e corpo do agente e saiu do lado direito do peito.
“Feição de execução”
Com a investigação em andamento e os cursos que ela vêm tomando, o Ministério Público Estadual requereu a prisão preventiva do vereador Marcos Paccola. O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça.
Um dos argumentos defendidos pelo MPE para solicitar a prisão foi que os tiros foram dados pelas costas, assumindo “feição de execução”.
“O representado não se pautou pela excludente de ilicitude da legítima defesa, mas assumiu, de fato, feição de execução”, diz trecho do documento.
O parlamentar interferiu em uma discussão que acontecia em frente a uma distribuidora no Bairro Quilombo, no dia 1° de julho, e acabou atirando e matando o agente.
Paccola alegou que agiu “tomando por base uma das excludentes de ilicitude”, ou seja, a legítima defesa, “que é aquela que se constitui da conduta do agente, que ao se imaginar em situação de legítima defesa, reage a esta suposta agressão injusta”.
A legitima defesa alegada, entretanto, não foi necessariamente para si, e sim para com a namorada da vítima, Janaina Sá.
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Fonte: www.midianews.com.br