O Comando Sul do Exército ucraniano afirmou neste domingo (30/04) que a explosão ocorrida no sábado no porto de Sebastopol, na península da Crimeia, faz parte dos “preparativos” para uma contraofensiva das forças militares de Kiev durante a primavera europeia contra as forças russas.
“Este trabalho faz parte dos preparativos para a ofensiva em grande escala que todos esperam”, disse a porta-voz do Comando Sul, Natalya Humenyuk, citada pelos meios de comunicação ucranianos. De acordo com Kiev, a explosão de sábado de manhã destruiu dez tanques contendo 40 mil toneladas de combustível destinado à frota russa do Mar Negro, e não deixou feridos.
Humenyuk disse que o ataque ao porto teria feito as autoridades pró-russas da península ocupada sentirem que “a ameaça é real”, e que familiares dos militares ali destacados teriam sido retirados da Crimeia.
Já o governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhaev, disse que o ataque foi provocado pelo impacto de um drone e danificou o combustível em quatro tanques, mas não afetou o abastecimento de combustível à cidade, anexada pela Rússia em 2014, tal como o resto da península do Mar Negro.
Ele também afirmou que o evento não representou perigo para as infraestruturas civis na região. Nos últimos meses, as autoridades russas têm relatado numerosos ataques ucranianos na península, principalmente com drones de assalto.
O ataque ocorreu um dia após uma série de bombardeios russos a alvos civis em cidades ucranianas, que deixou pelo menos 25 mortos.
Ofensiva de primavera
Ainda no sábado, as autoridades ucranianas afirmaram que estão prontas para iniciar uma ofensiva durante a primavera europeia contra as forças russas.
“Os preparativos estão a chegando ao fim”, disse o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, sobre o ataque que o país quer lançar para reconquistar os territórios ocupados no leste e no sul pela Rússia.
“O equipamento foi prometido, preparado e parcialmente entregue. Em sentido amplo, estamos prontos”, disse em coletiva de imprensa, concluindo: “Quando Deus quiser, [quando houver] o tempo e a decisão dos comandantes, nós o faremos”.
No entanto, Reznikov acrescentou que os potentes tanques Abrams prometidos pelos Estados Unidos “não chegarão a tempo para participar desta contraofensiva”, pois sua entrega à Ucrânia só deve acontecer no final de 2023.
Fonte: dw.com