Juiz afirma que conteúdo de celular relaciona vereador com facção e liderança em esquema

Juiz afirma que conteúdo de celular relaciona vereador com facção e liderança em esquema
Compartilhar

O juiz João Francisco Campos de Almeida destacou, na audiência de custódia do vereador Paulo Henrique na última sexta-feira (20), que foi a apreensão do celular do parlamentar que possibilitou a constatação do envolvimento dele com o Comando Vermelho e como ele utilizava o aparelho para exercer sua liderança no esquema. Paulo Henrique já foi solto, após decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, que considerou que a investigação já sabia do suposto em envolvimento do vereador com a facção. O parlamentar irá prestar depoimento à nesta quinta-feira (26).

Paulo Henrique foi preso durante a Operação Pubblicare, desdobramento da Operação Ragnatela, que mirou um esquema de realização de shows em casas noturnas com recursos da facção criminosa Comando Vermelho, para lavagem de dinheiro.

A audiência de custódia dele foi realizada na tarde daquele dia e, na ocasião, a defesa pediu o relaxamento da prisão considerando a proximidade das eleições. Alegou também que não há fundamentos para a manutenção da medida e que Paulo Henrique é pai de um menino de 5 anos autista.

O Ministério Público se manifestou contrário aos pedidos. O magistrado, ao analisar a prisão, destacou que a apreensão do celular de Paulo Henrique na Operação Ragnatela foi importante para obter indícios do envolvimento dele.

“Somente após a apreensão e análise do aparelho celular da pessoa do segregado é que foi possível a confirmação e obtenção de novas informações de seu possível envolvimento com a organização criminosa, inclusive, com demonstração de seu prestígio e influência demonstradas por meio de uma reunião com integrantes conhecidos e que inclusive se encontram segregados por aquela operação”, pontuou.

O juiz ainda disse que foi verificada uma intensa movimentação financeira e possível prática de lavagem de dinheiro, sendo que Paulo Henrique utilizaria outras pessoas para ocultar seu patrimônio, que teria origem em recursos ilícitos. Apontou também que ele exercia certa liderança sobre outros integrantes do esquema.

“Atua como líder e tem alta influência sobre os demais, usando do poder de suas funções públicas para a prática dos crimes em análise, o fazendo, em sua maioria, por meio de ligações telefônicas e por envio de mensagens por meio do aplicativo WhatsApp, sendo evidente que não existe nenhuma medida cautelar apta para impedir a continuidade a não ser a sua prisão”.

No entanto, Paulo Henrique ficou preso apenas até essa quarta-feira (25). Além de uso de tornozeleira eletrônica, o vereador fica afastado do cargo, está proibido de frequentar a Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá, não pode sair da cidade e deve comprovar suas atividades em juízo.

 

 

 

Fonte: www.gazetadigital.com.br


Compartilhar
0 0
Happy
Happy
0 %
Sad
Sad
0 %
Excited
Excited
0 %
Sleepy
Sleepy
0 %
Angry
Angry
0 %
Surprise
Surprise
0 %