Antônio Joaquim diz que sofreu avalanche de denúncias porque avaliou disputar eleição em 2018
Após o Ministério Público Federal (MPF) emitir parecer pelo arquivamento de um inquérito que o acusa de lavagem de dinheiro, o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Antônio Joaquim, declarou, mais uma vez, que o ex-governador Pedro Taques e o ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, se uniram com o intuito de lançar suspeitas sob sua honra e assim inviabilizar o seu retorno à política, uma vez que, tinha a pretensão de ser candidato ao governo do Estado nas eleições de 2018.
“Janot e Taques são seres do mal. Não tinha noção do tamanho da maldade de ambos. São seres que se sentiram Deus. Um era Procurador Geral da República e outro governador decidiram se unir e aplicar uma injustiça monstruosa comigo”, disse.
A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (9) em coletiva à imprensa. Antônio Joaquim convocou a imprensa para anunciar que o Ministério Público Federal pediu o arquivamento de um inquérito instaurado pela Polícia Federal para investigar a suspeita de lavagem de dinheiro por conta da venda de uma fazenda ao empresário Wanderley Torres, proprietário da Trimec Construções. O imóvel localizado em Nossa Senhora do Livramento foi vendido por R$ 10 milhões com dinheiro que supostamente seria proveniente de esquemas de corrupção.
“Desde o começo não havia elemento para abrir investigação. Isso foi arquitetado para atacar a minha reputação. Quem lançou suspeitas há cinco anos agora se retrata porque está confirmado que sou inocente e só tenho a lamentar com indignação. Só eu sei o tamanho da dor de assistir impotente a minha reputação sendo golpeada implacavelmente”, reforçou.
Da mesma maneira, o conselheiro Antônio Joaquim acredita que será trancada a investigação que acusa cinco conselheiros do TCE, dos quais está Antônio Joaquim, de receber propina para afrouxar fiscalizações relativas as obras da Copa do Mundo de 2014. “Não é razoável que numa democracia uma investigação persista por cinco anos, sem produzir provas para incriminar. Eu mesmo já disse aos conselheiros que fomos todos afastados porque decidi me colocar como pré-candidato ao governo de Mato Grosso. Tenho a certeza que será arquivado esse inquérito”.
Um pedido de habeas corpus para trancar o inquérito da Polícia Federal já foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Um segundo pedido feito pela defesa do conselheiro Valter Albano ainda está pendente de conclusão pela Suprema Corte.
O CASO
Conforme a delação de Silval Barbosa, em junho de 2012, a empresa Trimec Construções e Terraplanagem Ltda., administrada por Wanderley figurou como comprador de uma fazenda de Antônio Joaquim e sua esposa. No entanto, o verdadeiro comprador do imóvel foi Silval Barbosa, à época governador, tendo Wanderley apenas sido uma espécie de “testa de ferro”.
Além da ocultação do nome do então governador, houve também o subfaturamento do valor do imóvel, com o propósito de sonegar impostos, conforme aas investigações. Enquanto no contrato de compra e venda constava o valor de R$ 4 milhões, o acordo real teria sido de R$ 10 milhões, sendo uma entrada e as outras parcelas anuais, tendo sido quitadas no último ano de mandato de Silval, em 2014.
A redução do valor da transação teria ocorrido com o objetivo de reduzir também o valor dos impostos a serem pagos.
Segundo a delação de Silval Barbosa, o dinheiro que ele utilizou para comprar a fazenda de Antônio Joaquim originou-se de diversos esquemas de corrupção praticados em seu governo, como propinas recebidas pela intermediação de um contrato firmado entre a Trimec e a Votorantim, propinas recebidas em fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e no programa de asfaltamento de estrada MT Integrado.
Conforme Silval Barbosa, Antônio Joaquim tinha conhecimento de que ele era o verdadeiro comprador de suas terras e também da origem ilícita do dinheiro. No entanto, em depoimento à Polícia Federal, Wanderley Torres declarou que não informou a Antônio Joaquim que o dinheiro pago na transação seria ilícito.
Fonte: www.folhamax.com