É o que avalia o comentarista Miguel Daoud, do Canal Rural
A volta das tensões geopolíticas entre China e Estados Unidos, causadas especialmente pela visita da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan, estão no radar do mercado internacional. Isso porque Pequim considera a ilha parte “rebelde” do seu território.
Oficialmente, o governo norte-americano não contesta abertamente essa postura da China, mas contraria Pequim ao defender o princípio de autodefesa de Taiwan. Segundo informações do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, governantes chineses consideram a viagem uma afronta e, como retaliação, a China estaria posicionando mísseis contra Taiwan.
“Agravaria ainda mais a situação da economia mundial” — Miguel Daoud
Diante dessa tensão, o comentarista Miguel Daoud, do Canal Rural, não acredita que um conflito armado ocorra entre o Partido Comunista Chinês e a ilha de Taiwan. Ele observa, no entanto, que a visita de Nancy Pelosi pode provocar um novo embate comercial entre chineses e norte-americanos. “Pode degradar o entendimento entre eles. E isso é muito ruim para o mundo. Agravaria ainda mais a situação da economia mundial.”
Ruim para o mundo, mas bom para o Brasil?
As desavenças comerciais entre China e Estados Unidos podem, no fim das contas, beneficiar o Brasil, aponta Daoud. Isso porque, entre outros fatores, norte-americanos disputam com produtores rurais brasileiros a atenção — e o mercado exportador — de chineses na hora de vender grãos.
“Pode dar ao Brasil uma oportunidade”, endossa o comentarista do Canal Rural. “Isso pode encarecer os preços dos grãos e levar o Brasil a uma situação mais confortável no momento em que, no mercado internacional, os valores das commodities estão caindo com a alta de juros”, prosseguiu.
Daoud, no entanto, avalia que uma briga entre China e Estados Unidos “não ajuda ninguém”, inclusive o mercado brasileiro, uma vez que outros problemas, como crescimento da inflação, surgiram de forma quase que imediata.
Fonte: canalrural.com.br