Multivencedor nas categorias de base nos últimos anos, o Internacional não se importou em seguir erguendo troféus e mudou de estratégia. Ganhar títulos nas categorias inferiores já não era mais tão importante do que formar jogadores e abastecer o time profissional, visando não só o ganho esportivo, mas também o lucro com a venda dos jovens no futuro.
O primeiro passo foi dado ainda em 2021, com diversas melhorias sendo feitas no CT Alvorada. Houve a criação de mais espaços de treinamento e de salas exclusivas para a área técnica.
“Existiu a preocupação em centralizar espaços individualizados de uma mesma área de atuação. A área da nutrição, por exemplo, passou a ser integrada ao departamento de saúde e performance, junto com a fisiologia, a medicina e a fisioterapia”, contou Felipe de Oliveira, diretor da base do Colorado.
Segundo o diretor geral da base, porém, a principal mudança veio na percepção da escolha dos jogadores que comporiam a base colorada.
“Foi dada ênfase às habilidades técnicas e ao potencial de crescimento em detrimento de jogadores mais maturados e fortes, que poderiam trazer títulos, mas que não teriam perspectiva de aproveitamento no profissional. “Verificou-se uma melhora significativa na qualidade dos atletas, mas uma perda de competitividade em virtude da diminuição de tamanho e de força”, salientou.
“Hoje, em todas as categorias, temos mais jogadores com potencial de chegarem ao profissional do Inter e gerarem boas vendas do que tinha quando fomos campeões brasileiros da categoria”, acrescentou, antes de concluir: “O próximo desafio é encontrar um equilíbrio para que, além de gerar estes jogadores, possamos também conquistar títulos”.
📸 Reta final de preparação para o Gauchão 2024.
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— Sport Club Internacional (@SCInternacional) January 18, 2024
No último balanço anual divulgado pelo Inter, em 2022, a venda de atletas representou 37% dos R$ 466,6 milhões das receitas do clube. Entre essas negociações estiveram presentes alguns nomes revelados pelos gaúchos, como os zagueiros Pedro Henrique e Rodrigo Dourado, o lateral direito Vinícius Tobias e o atacante Vinícius Mello.
No ano passado, o Colorado voltou a se beneficiar financeiramente da venda de jogadores. Alguns exemplos são o goleiro Daniel, vendido para o San Jose Earthquakes-EUA por R$ 3 milhões, e o volante Johnny, que custou ao Bétis-ESP cerca de R$ 31 milhões.
“Projeto o futuro com a revelação de muitos jogadores com qualidade para jogarem no futebol profissional e para gerarem ótimas transações. Acredito que, nos próximos três anos, pelo menos vinte jogadores possam fazer parte do grupo profissional”, finalizou Felipe de Oliveira.
Fonte: www.gazetaesportiva.com