Nos últimos anos, as redes sociais, especialmente o Instagram, têm se tornado uma plataforma poderosa para profissionais da saúde divulgarem seus serviços e procedimentos estéticos. A promessa de resultados rápidos e transformadores atrai milhares de seguidores, mas esconde perigos que podem ter consequências fatais.
Muitos desses profissionais acumulam seguidores às dezenas de milhares, usando a rede para exibir antes e depois de procedimentos, responder dúvidas em tempo real e compartilhar testemunhos de clientes satisfeitos. No entanto, essa visibilidade não é sinônimo de competência. A ausência de regulamentação rigorosa permite que pessoas sem a devida qualificação se promovam como especialistas, levando leigos a acreditarem em promessas enganosas.
A confiança cega em figuras de autoridade nas redes sociais pode levar a desastres. Procedimentos estéticos mal feitos podem resultar em sérios problemas de saúde, desde infecções até deformidades permanentes, e, em casos extremos, morte. Casos de complicações graves são frequentemente noticiados, evidenciando a necessidade de discernimento por parte dos consumidores.
É comum associar a quantidade de seguidores à competência de um profissional, mas essa métrica pode ser enganosa. Muitos perfis compram seguidores para parecerem mais populares e confiáveis. Engajamento real, como comentários e interações genuínas, é um indicador mais confiável do impacto e da confiança que um profissional possui. Ainda assim, isso não substitui a verificação de suas qualificações e experiências.
Enquanto algumas pessoas culpam as redes sociais por disseminarem informações enganosas, é crucial lembrar que elas são apenas ferramentas. A responsabilidade pelo conteúdo postado recai sobre os indivíduos. Portanto, as redes sociais não devem ser vistas como vilãs, mas sim como veículos que precisam de regulamentação adequada para prevenir abusos.
Para proteger os consumidores, várias medidas podem ser adotadas, tal como, legislação mais rigorosa: É fundamental que os governos implementem leis que exijam a comprovação de qualificação profissional para a promoção de serviços médicos e estéticos. Penalidades severas devem ser aplicadas a quem desrespeitar essas normas.
Outra medida é o Instagram adotar políticas mais rígidas, exigindo a verificação de credenciais antes de permitir a promoção de procedimentos médicos. Isso inclui a necessidade de registro em conselhos profissionais e a apresentação de diplomas e certificações.
Para os seguidores que pretendem fazer os procedimentos de acordo com o que viram no perfil do profissional, é fundamental campanhas de conscientização para educar o público sobre os riscos de seguir recomendações de influenciadores sem verificar suas qualificações. O acesso a informações seguras e verificáveis pode empoderar os consumidores a fazer escolhas mais informadas.
As redes sociais possuem um enorme potencial para disseminar informações úteis e conectar profissionais a potenciais clientes. No entanto, é imperativo que haja uma regulamentação adequada para evitar que indivíduos sem qualificação se passem por especialistas, colocando vidas em risco. A combinação de legislação rigorosa, políticas de verificação das redes sociais e a educação do consumidor é crucial para garantir a segurança e o bem-estar dos que buscam procedimentos estéticos.
João Alves
Chief Marketing Officer