O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira (12) um levantamento de inflação por faixa de renda, com os dados de dezembro de 2022, apontando alta dos preços em todas as faixas de renda.
Para as pessoas com alta renda, a pesquisa mostrou variação de 0,50% da inflação. Para as classes com a renda muito baixa, a variação foi de 0,71%, segundo o instituto. Em relação a renda baixa, a variação foi de 0,67%.
A renda média alta reportou 0,59% de variação, enquanto a renda média baixa obteve variação de 0,69%, ainda de acordo com o Ipea.
No acumulado de 2022, todas as faixas de renda apresentaram desaceleração em relação a 2021. As rendas de média a baixa variaram de 5,59%, enquanto a renda alta variou em 6,83%.
Inflação: Classes reajustadas
Segundo o Ipea, os grupos saúde e cuidados pessoais, e alimentos e bebidas tiveram as maiores contribuições para a marca de dezembro de 2022.
Em relação as classes de renda mais baixa, o aumento foi de 3,7% nos produtos de higiene pessoal foi o que representou o principal foco da pressão inflacionária.
Em relação aos alimentos, mesmo com a deflação dos leites e derivados (-1,7%) e das frutas (-1,6%), as altas dos cereais (4,5%), dos tubérculos (5,7%) e dos farináceos (1,4%) geraram um forte impacto sobre a inflação, diz o Ipea, “sobretudo das classes de menor renda”.
Alívio
O Ipea informa que, em relação ao mesmo período de 2021, houve um alívio inflacionário para a renda mais alta.
Segundo o instituto, o respiro se deu graças à melhora no desempenho dos grupos “habitação”, “artigos de residência” e “transportes”.
Na comparação com os percentuais de 2021: 0,50%, 6,6% e 0,60% respectivamente.
O Ipea avalia que o quadro menos acentuado também se explica pela combinação de um cenário mais favorável das passagens aéreas e da tarifa de ônibus interestaduais, além dos reajustes mais amenos dos automóveis novos, de 0,3%, frente a 1,9% no ano anterior, e do seguro veicular, reportando 0,25%, contra 3,4%.
Expectativa
Segundo o Ipea, oito em cada dez pessoas têm sentimentos positivos quanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esperança, alegria e confiança são as emoções que definem a volta do petista, de acordo com o instituto. A diferença entre os sentimentos positivos e negativos é expressiva, de 76% contra 23%, respectivamente.